A malícia é muito pior que a burrice. De fato percebemos que estas produções nem sempre são frutos de pessoas ignorantes (sem conhecimento), mas sim, de pessoas maliciosas, que, se utilizam de artifícios mirabolantes para induzir as pessoas ao erro. Essa ação, no entanto, é um indício de que a necessidade da criação de tais artifícios mal intencionados, anulam o propósito para qual eles supostamente foram criados e tira o mérito das ações, colocando-as no patamar de falsa acusações.
Mas vamos à análise do meme.
O propósito da imagem é atribuir uma contradição entre os textos bíblicos de Malaquias 4:5-6 e Mateus 10:34-36 (uma entre milhões, segundo eles) onde em um é dito que Deus procurará unir os país, e no outro, Jesus causará a discórdia entre familiares.
“Eis que eu vos enviarei o profeta Elias, antes que venha o grande e terrível dia do Senhor; E ele fará com que o coração dos pais se aproxime dos filhos, e o coração dos filhos se aproxime dos seus pais; para que eu não venha, e fira a terra com maldição.” Malaquias 4:5-6
“Não cuideis que vim trazer a paz à terra; não vim trazer paz, mas espada; Porque eu vim pôr em dissensão o homem contra seu pai, e a filha contra sua mãe, e a nora contra sua sogra; E assim os inimigos do homem serão os seus familiares.” Mateus 10:34-36
Então para esclarecer esta suposta contradição, vamos analisar os dos textos e suas situações em separado.
Em Malaquias 4:5-6 é tratada a situação em que o povo de Israel é alertado para eliminar as divergência entre pais e filhos, caso contrário, quando da vinda do Senhor haverá por parte dele uma ação repressora.
Já em Mateus 10:34-36 Jesus alerta que a Sua presença no meio de nós não gerará paz e harmonia entre as pessoas (apesar de estes serem princípios basilares de seu evangelho). Muito pelo contrário, a discórdia será inevitável, pois o conflito entre parentes próximo devido ao fato de um seguir a Jesus e outros não será uma constante. O cristianismo surgirá num contexto religioso já existente, o do judaísmo, portanto, será mais que natural, as divergências entre a fé já existente e a nova fé que se forma no seio do povo de Israel. Jesus não está afirmando que essa será a meta de sua doutrina, longe disso, mas, que por conseqüência das divergências que surgirão, os conflitos serão constantes e inevitáveis. Ele alerta para que seus discípulos e fies não se iludam com uma paz advinda da propagação da fé cristão e que tenham a consciência que serão perseguidos e massacrados, e que até mesmo entre seus familiares encontrarão inimigos.
As passagens não se correlacionam, não há nenhum link entre as duas. São realidades completamente diferentes.