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Primeiramente é preciso entender uma questão. As sociedades antigas não tinham a concepção que hoje temos sobre a escravidão. Portanto, não é correto fazer juízo de valores sobre o tema, se utilizando da concepção que hoje temos sobre a questão. Muitas eram as situações em que alguém poderia vir se tornar escravo ou escrava: Por endividamento, muitos pais, sem ter como honrar sua dívida, disponibilizavam seus filhos e filhas para servirem a quem eles deviam, por um determinado período de tempo. Irmãos mais novos, em várias culturas, eram tratados como escravos dos seus irmãos mais velhos. Mas, a grande maioria dos escravos, surgiu do resultado de derrotas em guerras tribais. Para os derrotados, haviam poucas chances de sobrevivência. Os mais jovens e fortes eram mantidos vivos para servirem de escravos para trabalharem para os seus inimigos e as mulheres jovens normalmente eram usadas como escravas sexuais, e quem não tinha a serventia desejada, normalmente eram assassinados. Por isso, por mais cruel que seja se tornar um escravo, era a única chance que muitos tinham de sobreviver.

Bom, é lógico que hoje tais situações são condenadas, porém é um grande engano acreditar que a escravidão acabou ou que pertenceu a um passado distante de “homens cruéis e desalmados que por conta do preconceito racial resolveram fazer de negros escravos”, ou, como muitos pensam, de forma equivocada, que apenas fez parte dos povos citados na Bíblia. Os EUA tiveram escravos até os anos de 1865 e muitos países africanos e asiáticos ainda mantém escravos em seus territórios. A China comunista é conhecida por manter de forma subliminar o trabalho escravo em seu território na produção de suas “bugigangas”, com a complacência da mídia internacional.

 

Bom, mas vamos a passagem criticada.

Para se ter uma compreensão correta sobre o texto selecionado é preciso ler todo o texto que tenha importância no contexto apresentado. Então temos que ler do capítulo 21, os versículos de 1 até o versículo 11, e não somente o versículo 7.

 

Vejamos então:

 

Êxodo 21

“1 Estes são os estatutos que lhes proporás. 2 Se comprares um servo hebreu, seis anos servirá; mas ao sétimo sairá livre, de graça. 3 Se entrou só com o seu corpo, só com o seu corpo sairá; se ele era homem casado, sua mulher sairá com ele. 4 Se seu senhor lhe houver dado uma mulher e ela lhe houver dado filhos ou filhas, a mulher e seus filhos serão de seu senhor, e ele sairá sozinho. 5 Mas se aquele servo expressamente disser: Eu amo a meu senhor, e a minha mulher, e a meus filhos; não quero sair livre, 6 Então seu senhor o levará aos juízes, e o fará chegar à porta, ou ao umbral da porta, e seu senhor lhe furará a orelha com uma sovela; e ele o servirá para sempre. 7 E se um homem vender sua filha para ser serva, ela não sairá como saem os servos. 8 Se ela não agradar ao seu senhor, e ele não se desposar com ela, fará que se resgate; não poderá vendê-la a um povo estranho, agindo deslealmente com ela. 9 Mas se a desposar com seu filho, fará com ela conforme ao direito das filhas. 10 Se lhe tomar outra, não diminuirá o mantimento desta, nem o seu vestido, nem a sua obrigação marital. 11 E se lhe não fizer estas três coisas, sairá de graça, sem dar dinheiro.”

 

Observem que são postas aqui algumas situações em que as leis determinam a forma como elas devem ser tratadas em relação a um escravo hebreu. O escravo comprado, que for hebreu, só servirá como tal, por 06 anos. Se ele for casado, sua esposa também ganhará a liberdade junto com ele, mas caso o senhor tenha lhe dado uma como esposa (olha ai, os senhores não eram tão maus assim, arranjavam até mulheres para seus escravos) e esta tenha tido filhos com esse escravo, estes filhos junto a mãe pertenceriam ao senhor. Os escravos eram percebidos como uma propriedade, portanto, o senhor teria direitos sobre os frutos que estes viessem a produzir, pois pagou por seus genitores.

 

Já a partir do versículo 7, o texto trata de outro tipo de escravo, o que se originaria da extrema pobreza, onde pais desnaturados vendiam seus filhos para obter alguma vantagem ou tão somente para tentar evitar que eles morressem de fome. Nesta situação já não seriam tão desnaturados assim e poderiam muito bem receber outro olhar diante da situação caótica que se encontravam.

 

Devemos observar que as leis, ao contrário do que muitos pensam, procuraram amenizar a situação degradante em que os escravos se encontravam, principalmente mulheres e crianças. Então quando uma escrava não se tornava mulher do seu senhor ela estava disponível para algum parente a recomprá-la e para garantir que ela não sairia do meio dos israelitas, era proibido sua venda para qualquer outro povo. E caso o senhor casa-se com ela, esta passaria a ter os mesmos direitos que as filhas do senhor, mesmo que ele não as tivesse. E mesmo que o senhor se casasse com outra mulher, a antiga escrava e atual esposa, não perderia seus direitos, até mesmo sexuais e caso esses direitos fossem desrespeitados, ela estaria livre.

 

Para concluir, as leis judaicas não eram boas quando se comparam a realidade atual, mas diante da realidade do seu tempo pode-se dizer que eram sim as mais justas dentre tantos outros sistemas legais de diversas regiões do oriente médio daquela época.

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