top of page
hypatia_great_female_philosopher_alexand

Hipátia - Mais uma vítima dos criadores de falsos mártires da ciência.

Hipátia é mais uma daqueles personagens históricos utilizados pelos anticristãos para promover um sentimento de ódio contra a Igreja Católica. Juntamente com os contos de Galileu e Giordano Bruno, a lenda de Hipátia é um dos favoritos dos ideólogos antireligiosos. Sua história trágica é manipulada de forma sentimentalista, com viés feminista e de maneira maliciosa para induzir os desinformados a acreditarem que ela foi morta por uma igreja que tinha um sentimento machista mórbido contra a mulher e um procedimento exacerbadamente contrário à ciência. A ideia é jogar sobre os católicos a pecha de que nós sempre que nos colocamos frente a uma pessoa com ideias ou pensamentos revolucionários e não conseguimos desmontar seus pensamentos, passamos a promover a difamação ou a eliminação desse idealista. A liberdade de pensamento e o livre pensador seriam os maiores inimigos da religião cristã.

Hipátia era astrônoma, matemática, filósofa neoplatônica e uma excelente oradora. Filha do cientista Teão (Theon) nasceu no ano 350 d.C. (segundo a historiadora polonesa Maria Dzielska) em Alexandria (Egito)  e morreu aos 65 anos (o que torna a utilização da jovem e bela atriz Rachel Weisz, representando-a no filme  Ágora  (2009) , uma opção inadequada).

 

 

"Morte da filosofa Hipátia, em Alexandria" do Vies des savants 

Segundo o que se propaga ela foi miseravelmente assassinada pelas mãos dos cristãos, em Alexandria, no ano 415 d.C.  As versões da causa da sua morte vão desde ela ser esfolada nua com a utilização de conchas do mar, por apedrejamento, queimada viva, depois de esfolada teve seu corpo arrastado pela cidade etc.

À Igreja Católica também é atribuído à destruição por incêndio da maior biblioteca do mundo (à época), a Biblioteca de Alexandria, sob a ordem do bispo Teófilo. O bispo Cirilo de Alexandria é o grande vilão que se torna responsável direto pela morte de Hipátia e que mais tarde foi tornado santo pela Igreja Católica, como uma forma de compensação e encobrimentos por suas atrocidades contra “a mulher mais inteligente e bela de Alexandria”.

 

 

Quem de fato foi Hipátia de Alexandria?

 

Hipátia de Alexandria foi uma filósofa neo-platônica, astrônoma, mas principalmente, uma matemática.  Os matemáticos, ao tempo de Hipátia de Alexandria, eram também astrólogos.  Por isso, durante séculos, o termo "matemática" teve um sentido pejorativo e designou uma classe de magos cabalistas, esotéricos pagãos e adivinhos.

 

Entre os seus discípulos e alunos estavam cristãos católicos, judeus, gente das religiões pagãs tradicionais, gnósticos esotéricos que identificavam Cristo como a Estrela Sírio ou o Adão Kadmon Cabalístico.

 

 

Santo Agostinho, no seu "De genis ad litteram", escreveu :

 

"O bom cristão deve defender-se dos matemáticos e de todos os que se dedicam a ímpias predições, sobretudo quando as suas previsões sejam verdadeiras”.

 

Hipátia não podia ser ateia, pois pertencia à escola neoplatônica, inspirada por Plotino, cuja filosofia tinha uma ênfase mística.

 

Ao que parece ela ajudou o seu pai na sua reformulação de Euclídes e na edição do “Almagesto” de Ptolomeu. Também escreveu comentários sobre a “Aritmética” de Diofanto e as “Cónicas” de Apolónio.

 

Assim como a grande maioria dos filósofos do seu tempo, adaptou as ideias neo-Platónicas de Plotino atingindo uma grande variedade de tipos de grupos e de pessoas. Pagãos, Cristãos e Judeus sempre estavam dispostos a ouvi-la.

Sobre ela, escreveu Derek Adie Flower, em sua, Biblioteca de Alexandria:

 

"Ela era uma filósofa, não uma teóloga, uma oradora, não uma pregadora".

Maria Dzielska detalhou no seu estudo de Hipátia, na história e como mito, “Hipátia de Alexandria”:

 

“Ela era aquela filósofa pagã que foi rasgada em pedaços por monges (ou, de uma forma mais geral, por Cristãos) em Alexandria, no ano de 415”. Esta resposta padrão irá basear-se não em fontes antigas, mas sim em literatura histórica e de ficção... A maior parte destes trabalhos representam Hipátia como uma vítima inocente do fanatismo nascente do Cristianismo, e o seu assassinato como uma proibição da liberdade de investigação." (Dzielska, p. 1)

 

 

Entre os cristãos o prestígio da Hipátia era enorme. O bispo de Sinésio era um de seus estudantes e em uma das várias cartas direcionadas a ela, escreveu:

 

“Mãe, irmã, professora, e além disso benfeitora, e quem quer que seja honrado por nome ou por ato“, afirmando que “ela é a professora mais reverenciada” e descrevendo-a como aquela “que legitimamente preside os mistérios da filosofia.” (R. H. Charles, The Letters of Synesius of Cyrene).

 

Sócrates Escolástico (Cristão), também escreveu elogiosamente sobre Hipátia:

 

“Havia uma mulher em Alexandria chamada Hipátia, filha do filósofo Theon, que fez coisas grandes na literatura e na ciência, chegando até a ultrapassar os filósofos do seu tempo. Havendo sido bem sucedida na

escola de Plato e Plotino, ela explicou os princípios de filosofia para os seus ouvintes, muitos deles provenientes de zonas distantes como forma de receberem as suas instruções. Devido ao seu auto-domínio e à sua maneira calma, que ela havia adquirido em conseqüência do cultivo da sua mente, ela aparecia regularmente em público na presença de magistrados. E ela nem se sentia envergonhada por se fazer presente numa reunião de homens. Porque devido à sua dignidade e virtude, todos os homens a admiravam mais.” (Socrates Scholasticus, Ecclesiastical History, VII.15)

 

Então, como uma figura tão admirada e até respeitada pelos cristãos se tornaria vítima desses próprios cristãos, de forma tão cruel?

 

O motivo real do assassinato cruel de Hipátia.

 

Esqueça a motivação relacionada ao combate à Ciência por parte da Igreja Católica, ao preconceito contra a fé pagã, ao machismo ou qualquer outra balela sentimentalista do tipo. A resposta correta é a seguinte:

 

Hipátia foi vítima de um acirrado e violento jogo de disputa política e não de uma questão contra a liberdade de expressão intelectual.

 

Durante sua vida Hipátia colecionou muitos amigos, mas também fez inimigos poderosos. À época o prefeito de Alexandria era Orestes (segundo alguns estudiosos, amante de Hipátia). Ele fora deposto por Cirilo que promoveu uma grande ação contra o paganismo (Bento XVI, referiu-se a São Cirilo, como “guardião da verdadeira fé”).

 

Hipátia, infelizmente, se viu presa no meio de uma luta entre duas figuras poderosas em Alexandria Orestes, a autoridade civil e Cirilo, o bispo. Mais do que isso, ela muito provavelmente foi morta em retaliação pelo assassinato de alguns dos partidários de Cirilo por agentes de Orestes.

 

Correu na boca pequena que Hipátia, a filha de Teão, era um obstáculo mais forte para a reconciliação entre o prefeito Oreste e o Bispo Cirilo.

Ela era bem conhecida por parte de Orestes (e provavelmente por parte de Cirílio) como uma participante proeminente na vida cívica da cidade, e era vista por parte do grupo de Cirílo não só como uma aliada política de Orestes, mas também como um obstáculo para qualquer tipo de reconciliação entre os dois homens.

Sócrates Escolástico conta que, durante uma discussão sobre uma festividade dos judeus, eles (os judeus) acusaram um monge Hierax (relativo ao governante selêucida), um exaltado seguidor de Cirilo, de incitar tumulto entre os presentes. Orestes, o prefeito, que invejava o poder dos bispos, aproveitou para prendê-lo, torturá-lo e assassiná-lo em público. Cirilo se encontrou com os principais líderes judeus e os ameaçou. Eles, por sua vez, organizaram um ataque aos cristãos: saíram em uma noite pelas ruas anunciando um suposto incêndio em uma igreja. À medida que os cristãos saíam para salvar o edifício, os judeus os assassinavam. Contudo, o historiador Edward Gibbon cogita que a morte dos cristãos possa ter sido acidental, mas, seja como for, sabe-se que cristãos foram mortos por judeus.

Cirilo respondeu aos ataques indo às sinagogas acompanhado por uma multidão e prendendo os judeus à força. Pegos de surpresa, não puderam se defender e acabaram expulsos da cidade. As sinagogas foram demolidas e os bens dos judeus, saqueados. Vários historiadores afirmam que praticamente todos foram expulsos da cidade, enquanto que outros consideram a afirmação exagerada.

Em 416, Edésio, o investigador enviado por Constantinopla, concluiu que os parabolanos eram uma ameaça à segurança pública. Como consequência, limitou-se o número deles a quinhentos; além disto, o grupo passaria a estar subordinado ao prefeito e não mais ao patriarca. Apesar disso, as reclamações do prefeito, afirma Gibbon, descontentaram alguns monges nitrianos. Quando a carruagem de Orestes passava pelas ruas da cidade, cerca de quinhentos deles atacaram-na, acusando o prefeito de paganismo. A maioria dos guardas do prefeito fugiu e, apesar de Orestes afirmar que era cristão batizado, acabou ferido por uma pedrada na cabeça.

A população alexandrina dispersou os monges e Amônio, o monge que lançara a pedra, foi capturado. Como punição, foi torturado publicamente até à morte. Cirilo tomou o corpo do torturado, levou-o a uma igreja e mandou listá-lo entre os mártires, intitulando-o Thaumasius. Segundo Sócrates, este ato foi malvisto, mesmo entre os cristãos: Amônio teria morrido não por não renunciar a fé, mas sim por um crime comum.

 

Furiosos, os seguidores de Cirílo (com ou sem o seu conhecimento) vingaram-se, agarrando Hipátia na rua, como seguidora política de Orestes, torturando-a até à morte como vingança. Então, no período da Quaresma, no meio da rua, Hipátia foi arrancada da sua carruagem, despida, arrastada para a igreja, e chacinada de forma desumana às mãos de Pedro, o Declamador e uma tropa de fanáticos selvagens e impiedosos; a sua carne foi raspada dos seus ossos com conchas afiadas de ostras e o seu corpo foi jogado na fogueira.

 

Depois do conflito, diz Sócrates, Cirilo tentou reconciliar-se com Orestes, escrevendo-lhe e enviando mensageiros, sem sucesso.

 

Esse episódio foi visto pelos cristãos como repulsa e Sócrates Scholasticus demonstrou esse sentimento de foram bem clara:

 

“Hipátia foi vítima de inveja politica que existia por essa altura. Uma vez que ela tinha conversas frequentes com Orestes, foi reportado de um modo calunioso entre a população Cristã de que era ela quem impedia Orestes de se reconciliar com o bispo. Devido a isto, alguns deles apressaram-se no seu zelo feroz e fanático, cujo líder era Pedro o declamador, emboscaram-na enquanto ela voltava para casa, arrastaram-na da sua carruagem, levaram-na para a igreja chamada Caesareum onde eles a despiram e a mataram usando azulejos [conchas de ostras]. Depois de terem rasgado o seu corpo em pedaços, levaram os seus membros mutilados para um lugar chamado Cinaron, onde eles a queimaram. Este incidente não deixou de trazer vergonha, não só para Cirílo mas para toda a igreja Alexandrina. Porque certamente nada está mais afastado do espírito do Cristianismo do que a permissão de massacres, lutas e transações deste tipo.” (Socrates Scholasticus, Ecclesiastical History, VII.15).

 

O mais interessante em tudo é que em parte alguma a sua ciência ou o seu conhecimento, a sua percepção religiosa, ateísta ou pagã, ou a interferência da Igreja Católica são percebidos como prováveis motivos para a morte de Hipátia.

 

 

 

Hipátia, segundo uma gravura tradicionalmente usada para representá-la

 

 

Origem do mito Hipátia.

Foi graças a obra romanceada Hypátia do escritor inglês, Charles Kinsgley, publicado em 1853, que o mundo pode tomar conhecimento sobre esta mulher, com todas as distorções anti-cristãs que se propagaram nos anos seguintes até os dias atuais. Depois vieram as calúnias de livros como “Deus Não é Grande” de Christopher Hitchens e “A Desilusão de Deus” de  Richard Dawkins, mas recentemente que começaram a agir na cultura popular.

Também o cientista Carl Sagan, em sua obra televisiva “Cosmos” propagou e popularizou   a ideia de que Hipátia era uma mártir da ciência que fora perseguida tão somente por ser mulher e ter o desejo de espalhar o conhecimento, crime inaceitável por parte da Igreja Católica.

 

 

Cosmos – Hipátia

 

Carl Sagan , o popular cientista cujo programa "Cosmos" foi amplamente visto na década de 1970, discorre em um dos epsódios da séria de forma melodramática sobre a história de Hipátia. Ele diz que ela era uma cientista e filósofa que entrou em conflito com Cirilo, o ímpio bispo de Alexandria, que então despertou uma multidão de seus seguidores supersticiosos que posteriormente mataram Hipátia. Sagan comentou: "a tragédia suprema foi que quando os cristãos chegaram a queimar a grande biblioteca de Alexandria, não havia ninguém para detê-los". E só para piorar mais, ele disse, "e eles fizeram de Cirilo um santo." Sagan conta que encontrou suas informações na versão da história de Edward Gibbon em seu clássico anticristão "Declínio e Queda do Império Romano." Na verdade, Gibbon foi o primeiro a ligar o assassinato de Hipátia com o incêndio da biblioteca de Alexandria.

 

Gravura representado a Biblioteca de Alexandria.

A biblioteca de Alexandria foi queimada não por uma turba cristã, mas pelas tropas de Júlio César, cerca de quarenta anos antes de Jesus nascer.

 

Um templo ao deus Serápis, chamado Sarapião, foi construído no local da antiga biblioteca (e pode ter havido alguns pergaminhos nele no século V), e foi este edifício que foi destruído por um grupo de cristãos enfurecidos na época de Hipátia, em resposta às contaminações pagãs de casas de culto cristão.

Estatua de do deus Serapis.

 

A ideia de que a Grande Biblioteca ainda existia no tempo de Hipátia e que, como ela, foi destruída por uma multidão de Cristãos, foi popularizada por Gibbon, que nunca deixou que a História perturbasse os seus ataques ao Cristianismo. Mas Gibbon tinha em mente um templo conhecido como Serapeum, que não era de todo a Grande Biblioteca. Parece que a dada altura Serapeum tinha uma biblioteca e esta era “filha” da antiga Grande Biblioteca.

 

Mas o problema com a versão de Gibbon é que nenhum relato da destruição de Serapeum por parte do Bispo Teófilo em 391 AD faz menção duma livraria de qualquer livro, apenas a destruição de objetos pagãos e objetos de culto:

 

“Após solicitação de Teófilo, Bispo de Alexandria, o Imperador emitiu uma ordem para a demolição dos templos pagãos da cidade; comandou também que isso fosse levado a cabo sob direção de Teófilo.  Aproveitando esta oportunidade, Teólfilo esforçou-se ao máximo para revelar os mistérios pagãos e causar a que eles fossem alvo de desprezo. Para começar, ele causou a que o Mithreum fosse limpo e exibiu ao público os símbolos dos seus mistérios sangrentos. Depois disso, ele destruiu o Serapeum, sendo os rituais sangrentos do Mithreum posteriormente caricaturados por ele; o Serapeum foi também revelado como cheio de superstição extravagante, e ele causou a que os falos de Príapo fossem transportados pelo meio do fórum. Depois de finalizado este distúrbio, o governador de Alexandria, e comandante supremo das tropas no Egipto, ajudou Teófilo na destruição dos templos pagãos.” (Socrates Scholasticus, Historia Ecclesiastica, Bk V)

 

Mesmo os relatos hostis ao Cristianismo, tal como o de Eunápio de Sardes (que testemunhou a demolição), não fazem qualquer referência a qualquer biblioteca ou a livros a serem destruídos. E Amiano Marcelino, que aparentemente visitou Alexandria antes de 391, descreve o Serapeum e menciona que, no passado, ele havia tido uma biblioteca, indicando que por altura da sua destruição já não tinha.

 

Nas mãos de Sagan e de outros, tanto a história de Hipátia como a destruição da Biblioteca são contos de advertência sobre o que pode acontecer se “baixarmos a guarda e permitir que os fanáticos destruam os defensores da razão.”

 

Ágora, o filme de Alejandro Amenábar e seus erros.

 

O filme de Alejandro Amenabar surge seguindo a linha de Gibbon /Sagan, apresentando Hipátia como uma santa do racionalismo secular que desesperadamente reúne pergaminhos da biblioteca antes de ser sequestrada por uma turba de cristãos histéricos e que vai nobremente a sua morte, defendendo a razão e a ciência contra os fundamentalistas da superstição religiosa. Em uma das cenas mais apelativas, visualmente falando, a câmera sobe bem alto e mostra a vista da suposta Biblioteca de Alexandria (na verdade um templo ao deus Serápis), enquanto ela está sendo saqueada pela multidão cristã, os cristãos correm de um lado ao outro como baratas tontas. Não obstante o fato da associação errada a Biblioteca de Alexandria é preciso lembrar que foi a Igreja Católica a única a guardar (sobretudo nos mosteiros) os poucos códices, cristãos, gregos e latinos, que sobreviveram. Em dado momento temos um diálogo no filme em que as personagens dizem que os pergaminhos que lá estão são sobras do incêndio... Isso fica bem claro no filme.

 

O artigo do jornal Los Angeles Times  sobre o filme reforça a mentira contra os cristãos:

 

“O filme é ainda mais convincente quando Amenabar revela a civilização de Alexandria, outrora estável, a ser sobrepujada pelo fanatismo...”

 

Com certeza essa concepção vem da forma como os zelotas Cristãos foram representados: barbudos e vestidos com capuz pretos roubam a Biblioteca e ocupando a cidade. Alguma semelhança com os ayatollas, os Talibãs e o Estado Islâmico?

 

 

Embora em grande parte o filme a retrata como uma astrônoma (provavelmente para forçar as comparações com Galileu), Hipátia era mais conhecida como uma filosofa neo-platônica, uma devota de Platão e Plotino. Não só havia cristãos nas aulas de Hipátia, não só havia bispos cristãos entre seu círculo de amigos, mas havia também teólogos cristãos - Agostinho, Ambrósio e Orígenes, só para citar os mais proeminentes - e eles eram entusiastas defensores do neo-platonismo. Portanto, retratá-la como a campeã da nobre razão sobre os intolerantes cristãos primitivos é simplesmente ridículo.

 

Em outra cena é mostrado um grupo de “bandidos cristãos” carregando em carroças os cadáveres mutilados de judeus que eles acabaram de condenar à morte, empilhados de tal forma que a comparação com campos de concentração nazistas se torna inevitável. O objetivo não é oculto e a mensagem é de que os cristãos devem ser vistos como grupos perigosos à própria existência das civilizações e que, por isso, devem ser eliminados. Não é de se menosprezar o poder da mentira e da difamação na formação da cultura do ódio, principalmente quando vemos o quão agressivos são tantos grupos contra a fé cristã, fomentada, indiscutivelmente, por tais produções. Na verdade histórica os judeus foram expulsos da cidade e não massacrados.

Cineastra espanhol Alejandro Amenábar.

 

Vejamos o que o autor de Ágora, Alejandro Amenábar, afirmou em entrevista:

 

“Vimos tantos filmes em que vemos os cristãos a serem perseguidos e comidos por leões, que pensei: ‘Porque não ter um filme acerca do inverso, uma mulher que não era cristã a ser morta por causa disso? Parece-me justo!’. Mas não quero que o filme seja anticristão. Detestaria que toda a gente pensasse o mesmo que eu. É bom que cada um tenha as suas próprias ideias porque estamos a viver todos juntos nesta ágora.”

(http://ipsilon.publico.pt/Cinema/entrevista.aspx?id=246981)

 

Sei não, mas não há uma grande pitada de sarcasmo ai?

 

 

 

 

 

 

Hipátia de Alexandria como tema da palestrante Rose Mary Fátima

Parris (Membro da ocultista e esotérica Sociedade Teosófica).

 

Conclusão:

 

Não há qualquer tipo de evidência de que o assassinato de Hipátia esteve, de alguma forma, relacionado com o seu conhecimento. Não faz sentido algum a ideia de que ela foi uma espécie de mártir para a ciência. Com certeza ela foi envolvida em disputas políticas que de forma trágica a vitimou. Também não podemos compará-la a personagens como Giordano Bruno, já que, diferente deste, Hipátia foi uma cientista genuína. Outra referência errada é a de que ela tenha sido um exemplo de um sentimento machista que impedia que mulheres fizessem parte do mundo científico filosófico, outras mulheres como a cientista Aedisia, comprova que as mulheres eram respeitadas e consideradas em seu tempo também nestas áreas. Hipátia não era única, mas de fato era especial. O que não justifica transformá-la em um mártir da ciência, baseado em construções sentimentalistas, político ideológicas, distorções históricas e argumentos pautados em mentiras.

 

Como é normal, os intolerantes e os fanáticos anti-religiosos irão ignorar as evidências, as fontes e a análise racional e resolver acreditar no apelo que Hollywood faz aos seus preconceitos. Isto leva-nos a perguntar quem

são os verdadeiros inimigos do conhecimento.

 

 

 

Indicação de leitura:

- Delírios ateus, de David Hart Bentley.

 

Hypatia-murdered-520.jpg__600x0_q85_upsc
hypatia-1.jpg
images.jpg
image.jpeg
serapis.jpg
c3a1gora.jpg
alexandr ana.jpg

Este site se dedica única e exclusivamente a promover e defender a Igreja Católica.  A Santa Madre Igreja do Nosso Senhor Jesus Cristo.  

SOBRE NÓS

© 2018 por Joseph Charles. Orgulhosamente criado com Wix.com

  • Grey Facebook Icon
  • Grey Google+ Icon
  • Grey Instagram Icon
bottom of page