
Segundo a Bíblia a terra tem seis mil anos? Onde está escrito isso pelo amor de Deus?
Vamos então destrinchar essa fantasia propagada pelos ateístas.
A Bíblia não especifica qual foi a data de criação da Terra, logo, não diz qual é a idade do nosso planeta.Porém a questão da idade da Terra foi objeto de observação pelas antigas civilizações da Suméria, da Babilônia, da egípcia e pelos gregos. Para estes últimos, no entanto, a crença num mundo cíclico tiraria o sentido de se buscar a determinação de uma idade para a Terra ou mesmo para o universo. Surgiram de fato algumas contagens do tempo para a determinação da idade da Terra baseada em textos bíblicos com Teófilo de Antióquia (115- 183), Júlio Africano (160- 240) e a Eusébio da Cesárea (263-339). A mais influente entre elas é a de Júlio Africano que propôs a história do homem compactada em uma única semana com cada dia tendo uma duração de mil anos. Mas Júlio acreditava que Cristo havia surgido no sexto dia, e estabeleceu a duracão da Terra (i.e.: do mundo!) em 5.500 anos, valor próximo aos obtidos por Teófilio e Eusébio.
Porém, para os cristãos da Idade Média até os tempos atuais, os textos bíblicos eram passíveis de interpretação e não deviam ser tomados literalmente, mas sim como alegorias.
Foi a Reforma Protestante que trouxe de volta da interpretação literal. As novas cronologias, a de Martinho Lutero (1483-1546) e a de James Ussher (1581-1656) estabelecem as datas da criação.
A cronologia para as origens do mundo, baseada na Bíblia, foi propagada, não por um padre católico, mas pelo pai do protestantismo, Matinho Lutero, e pelo arcebispo anglicano James Ussher. Mas eles não foram os únicos que defenderam a origem recente da Terra, o grande cientista Isaac Newton defendeu a mesma coisa (porém os ateus cientificistas desprezam esta informação de forma dissimulada).
Ussher escreveu a sua obra «The Annals of the World», publicada em latim em 1650. Era um verdadeiro calhamaço de mais de 1600 páginas subintitulado «A Origem do Tempo, e a Continuação para o Início do Reino do Imperador Vespasiano e a Destruição e Abolição Total do Templo e da Comunidade dos Judeus», Ussher dedica-se à cronologia bíblica, «calculando» que a criação aconteceu no domingo 23 de Outubro 4004 a.C - e a expulsão do «paraíso» menos de um mês depois, a 10 de Novembro.
Segundo Ussher, na Bíblia, a idade de nosso planeta seria a seguinte:
Da criação até o dilúvio – 1.656 anos
Do dilúvio até Abraão – 292 anos
Do nascimento de Abraão até o êxodo do Egito – 503 anos
Do êxodo até a construção do templo – 481 anos
Do templo até ao cativeiro – 414 anos
Do cativeiro até ao nascimento de Cristo – 614 anos
Do nascimento de Cristo até os tempos do Arcebispo Ussher – 1.650 anos
Total = 5. 610 anos
Ora, estamos em 2018 (época em que foi escrito este texto). Portanto, se somarmos 368 anos aos números do Arcebispo Ussher, concluímos que a idade da Terra atual seria de aproximadamente 6.000 anos ou 5.978 anos, mais precisamente.
A ideia de que a Terra tenha surgido há cerca de 6.000 anos atrás vem da Teoria da Terra jovem que é uma crença de que o universo teria surgido entre 5.700 e 10.000 anos atrás, fruto do desejo de Deus, é uma versão da crença de que a Terra teria sido criada em seis dias de 24 horas, onde cada dia representaria mil anos.
Portanto a Terra teria aproximadamente 6.000 anos. É preciso, no entanto, avisar que este conceito é defendido por grupos evangélicos específicos e não pela igreja Católica.
Nem mesmo os judeus mais ortodoxos defendem tais conceitos.
O Professor de Oxford James Barr (que não é um criacionista de Terra Jovem) expõe a questão desta forma:
“Ao que sei, não existe nenhum professor de Hebraico ou do Antigo Testamento em nenhuma universidade de nível mundial que não acredite que o(s) escritor(es) de Gênesis 1-11 tivesse a intenção de passar aos leitores a ideia de que: a) a criação teve lugar numa série de seis dias semelhantes aos dias de 24 horas que agora temos; b) os números contidos nas genealogias de Génesis fornecem por simples adição, uma cronologia desde o início do mundo até estágios mais tardios na história bíblica;”
Mas onde estaria o erro dos fieis da terra jovem?
Ao tentarem calcular a idade da Terra através da Bíblia nem sempre levam em consideração que nas escrituras a palavra “dia” nem sempre representa 24 horas.
Esta palavra às vezes representa eras de tempo indefinido, que tanto pode ser mesmo um dia, como um ano, mil anos ou uma era de milhares ou milhões de anos.
De acordo com o texto bíblico o tempo de Deus é diferente do nosso. 1 dia para o Senhor é como 1000 anos.
“Porque mil anos são aos teus olhos como o dia de ontem que passou, e como a vigília da noite.” Salmos 90:4
Portanto a Bíblia não diz qual é a idade da terra. Não há nenhuma indicação específica sobre a data da criação.
Também devemos observar que nem mesmo a Ciência tem certeza sobre a idade da Terra. A comunidade cientifica aceita (e isso é uma coisa pacífica por quase toda a comunidade) que a idade da Terra seja de, aproximadamente, 4,56 bilhões de anos.
Cálculos da idade de rochas revelariam que a mais antiga já calculada tem três bilhões e meio de anos e que a da própria terra esteja em torno de quatro a quatro bilhões e meio de anos ou mais. O cálculo é feito com base na degradação dos átomos da rocha, mas os cálculos não levam em consideração a possibilidade de a degradação ocorrer a velocidades diferentes em tempos diferentes.
Está certa a Ciência? Bom, é muito provável que não. Muitas foram as vezes que esta idade da Terra foi anunciada e posteriormente aumentada, devido a novos anúncios de novos cálculos pautados em métodos mais eficientes e rigorosos. Não é segredo que em ciência todas as "verdades" são relativas e portanto toda nova “verdade” será um dia substituída por outra nova “verdade” mais atual e isso ocorrerá indefinidamente.
Quanto ao tempo, as Escrituras são mais específicas sobre os seis dias criativos do relato de Gênesis. Esses dias não têm a ver com a criação da matéria ou substância da terra, mas com sua adaptação e preparação para ser o lar do homem.
Os seis dias da criação que no texto bíblico “explica” como o planeta veio à existência também não é outra que uma forma simples, diria até, poética (para muitos, alegórica) de tratar o tema, e não um postulado científico:
“1 NO princípio, criou Deus os céus e a terra. 2 E a terra era sem forma e vazia; e havia trevas sobre a face do abismo; e o Espírito de Deus se movia sobre a face das águas. 3 E disse Deus: Haja luz. E houve luz. 4 E viu Deus que era boa a luz; e fez Deus separação entre a luz e as trevas. 5 E Deus chamou à luz Dia; e às trevas chamou Noite. E foi a tarde e a manhã o dia primeiro.” (Gên 1:1-5).
A Bíblia não diz exatamente há quanto tempo foram criados os céus (multiversos?) e a terra.
Então, diante de tudo exposto, chegamos a conclusão de que nem a Ciência, nem a Bíblia, sabem a idade da Terra.