top of page
aniversarionossasenhora.jpg

Nossa Senhora de Međugorje

 

Nossa Senhora Rainha da Paz

Nossa Senhora de Međugorje, também conhecida como Rainha da Paz, é a invocação dada à aparição da Virgem Maria relatada pela primeira vez a 24 de Junho de 1981 por seis crianças de origem croata da vila de Međugorje, na Bósnia e Herzegovina, à época República Socialista Federativa da Jugoslávia.

 

Estátua de Nossa Senhora de Međugorje, Rainha da Paz, no local da primeira aparição.

A Paróquia de Medjugorje

A paróquia de Medjugorje fica situada na Herzegovina, 25 km a sudoeste da cidade de Mostar. Medjugorje (o nome é de origem eslava e significa uma região entre duas montanhas) juntamente com as aldeias de Bijakovici, Vionica, Miletina e Surmanci, formam uma paróquia católica romana onde hoje, habitam cerca de 5.000 habitantes. O cuidado pastoral da paróquia está confiado aos padres da Província Franciscana Herzegovina da Assunção de Maria.

 

Toda a região é habitada por croatas que foram cristianizados há mais de treze séculos. Em documentos históricos, a aldeia foi mencionada em 1599 pela primeira vez. A paróquia atual foi fundada em 1982 e dedicada a São Tiago Apóstolo, o protetor dos peregrinos.

 Até o dia 24 de junho de 1981, Medjugorje vivia como qualquer outra aldeia desta região: as pessoas trabalhavam suas terras, plantavam tabaco e uvas, produziam vinho e legumes para manter o suficiente para uma vida modesta com suas famílias. Devido aos problemas sociais, muitos espalharam-se pelo mundo: para países além mar e pela Europa Oriental, assim como outras cidades na Bósnia Herzegovina e Croácia.

 

A colina das aparições (ou Monte Podbrdo).

 

 

As aparições de Nossa Senhora

Tudo começou em uma aldeia no coração da ex-Iugoslávia comunista, a atual parte croata da Bósnia Herzegovina, chamado de Medjugorje.

 

No dia 24 de junho de 1981, as jovens Miriana, de dezesseis anos e Ivanka, de quinze, estavam caminhando para suas casas, depois de um passeio no fim da tarde. Num dado momento, as meninas olharam para trás e viram a silhueta de uma mulher jovem com uma criança nos braços, de pé em uma nuvem, que flutuava logo acima de um arbusto. Com o susto, desceram a montanha correndo gritando "é a Gospa!", que no dialeto deles significa Nossa Senhora.

 

Eles dizem que ela era bonita, tinha olhos azuis, e olhou para eles com carinho. Ela identificou-se como Nossa Senhora, Rainha da Paz, sua mensagem é de reconciliação e de perdão.

 

No dia seguinte, Ivanka e Miriana retornaram ao lugar, seguidas por Jacó, Maria, Ivan e Vicka, e todos eles testemunharam a aparição de Nossa Senhora. Ela contou para Miriana sobre dez eventos que ocorreriam no futuro e pediu que ela contasse ao Padre Petar sobre esses eventos, para ele os revelasse três dias antes que eles acontecessem. Depois disso ela deixou sua primeira mensagem para o mundo: voltar para Deus através da conversão, fé, jejum, reconciliação oração, e, principalmente pela vida sacramental. De acordo com o testemunho dos videntes, deste dia em diante, eles tiveram aparições diárias, juntos ou separadamente, onde quer que estivessem. Milka Pavlovic e Ivan Ivankovic nunca mais viram Nossa Senhora.

 

 

Quando as aparições se iniciaram, a vida da paróquia mudou: Nossa Senhora escolheu para serem suas testemunhas e colaboradores, não somente os seis videntes, mas toda a paróquia e seus peregrinos. Isto foi expresso na seguinte mensagem:

 

“Eu escolhi esta paróquia de modo especial e eu quero guiá-la”. 1º. de março de 1984.

 

No terceiro dia das aparições, 26 de junho de 1981, Nossa Senhora apresentou seu chamado à paz, pela primeira vez, com as palavras: “Paz, paz, paz – e somente paz! A paz deve reinar entre Deus e o homem e entre os homens!” E disse ainda: "Se não houver a conversão, esperem sofrimento no futuro, porque a humanidade está preparando sua própria tragédia". Esta foi a razão pela qual ela foi intitulada como "Nossa Senhora Rainha da Paz".

 

Atraídos pelas aparições de Nossa Senhora e pelas mensagens, as pessoas – em primeiro lugar os paroquianos e depois vindas de outras aldeias e de todo os lugares do mundo – começaram a reunir-se e rezar. Dessa vez, havia mais de duas mil pessoas presentes. Elas viam as reações dos videntes, mas não viam a Virgem Maria. Continuaram ocorrendo as aparições de Nossa Senhora Rainha da Paz diariamente no mesmo horário, cada vez com mais peregrinos testemunhando.

 

 

Terceiro dia da aparição

No terceiro dia consecutivo da aparição, Nossa Senhora estava chorando e repetindo: "Paz, paz, paz; entre Deus e a humanidade precisa haver paz novamente."

 

Com o tempo, mais aparições foram relatadas. Algumas das supostas testemunhas, dizem ver Nossa Senhora diariamente, outros uma vez por ano. Durante uma das aparições, ela disse que revelaria 10 segredos.


“Há alguns segredos que vão verificar se as aparições são consideradas autênticas, porque serão revelados três dias antes de acontecerem”.


Certa vez, a aparição de Nossa Senhora da Paz aconteceu na igreja da paróquia, quando o sacerdote e vários fiéis estavam presentes. Depois, a Rainha da Paz apareceu na Montanha da Cruz, onde ficou por meia hora. Lá existe hoje em dia uma grande escultura de Nossa Senhora Rainha da Paz. Existem registros de um sinal que apareceu no céu em que letras douradas formavam a palavra “MIR”, que significa “PAZ”.

 

A perseguição aos videntes, por parte de seus pais e parentes, dos paroquianos e padres e até por parte dos peregrinos começou imediatamente depois do início das aparições. Os videntes foram levados para investigações da polícia e para exames psiquiátricos, mas sempre era concluído que eles eram saudáveis. A esta mesma conclusão chegaram as investigações realizadas nos anos seguintes.

 

 A cidadezinha começou a receber inúmeros romeiros de outros países. A Bósnia-Herzegovina, vivia sob o regime comunista naquela época. Por isso, as autoridades do governo tentaram impedir que a população manifestasse sua fé, mas não conseguiram. Principalmente porque a maior parte das pessoas presenciou manifestações de sinais nas estrelas, na lua e no sol, além de diversas curas de doentes e conversões de inúmeros de incrédulos e não cederam ao governo comunista.

 

Frei Jozo Zovko, pároco de Medjugorje, naquela ocasião, foi detido, um mês e meio após a primeira aparição. Embora inocente, foi condenado por um tribunal comunista a três anos e meio de prisão.

 

Graças às aparições de Nossa Senhora, Medjugorge – uma simples paróquia de aldeia – tornou-se um local de encontro para uma multidão de peregrinos de todo o mundo (nos primeiros 20 anos, mais de 20 milhões), e um dos maiores centros de oração do mundo, comparável a Lourdes e a Fátima.

 

De acordo com testemunhos unânimes dos videntes, Nossa Senhora fornece à eles mensagens para serem transmitidas para a paróquia e para o mundo. As mensagens falam principalmente de PAZ, FÉ, CONVERSÃO, ORAÇÃO E JEJUM. Os paroquianos e os peregrinos devem tornar-se testemunhas das aparições e das mensagens de Nossa Senhora em primeiro lugar, e depois, juntamente com os videntes, unir-se à ela na realização do plano de conversão do mundo e de sua reconciliação com Deus.

 

No final de 1982, Nossa Senhora começou a conceder locuções interiores (locutio cordis) a duas garotas de dez anos de idade, Jelena e Marijana Vasilij. Por meio de seu grupo de oração, ela aconselhou – de 1983 até 1987 – o movimento de oração que foi criado desde o início das aparições.

As mensagens de Nossa Senhora, transmitidas em Medjugorje, constituem-se em uma escola específica de paz, de oração e de amor.

 

“A mensagem de Medjugorje é colocar Deus no centro da humanidade”, disse o autor de “Medjugorje: A Última Profecia”, Saverio Gaeta.

 

 

Veneração

 

Estima-se que dois milhões de pessoas viajem anualmente à vila de Međugorje, em busca do conforto espiritual e das graças de Nossa Senhora, intitulada Rainha da Paz. No Brasil, a fé na Virgem da Bósnia já é compartilhada por cerca de um milhão de fiéis. De Portugal e de Espanha partem também, anualmente, dezenas de peregrinações para prestar devoção a Nossa Senhora de Međugorje.

 

Controvérsias e posição da Santa Sé

No início de 2008, o Papa Bento XVI ordenou que o líder espiritual das aparições, o padre franciscano Tomislav Vlasic fosse confinado em um mosteiro da Ligúria, na Itália e proibido de exercer suas funções eclesiásticas até que se concluísse a análise do processo contra ele. Vlasic foi acusado de "manipulação de consciências", heresia, "doutrina dúbia" e imoralidade sexual, crimes que são previstos pelo código canônico. Seis anos depois de sua ordenação sacerdotal, em 1976, ele teria engravidado uma freira chamada Rufina. O padre então a convenceu a ir para a Alemanha, evitando assim o escândalo. Rufina partiu com a promessa do padre de que se juntaria a ela assim que abandonasse o sacerdócio, o que nunca aconteceu. Segundo especialistas do Vaticano, se a Santa Sé colocou sob suspeita a idoneidade do padre Vlasic, estaria também colocando sob suspeita a veracidade das aparições de Međugorje.

Segundo declarações do então porta-voz da Santa Sé Federico Lombardi, o Vaticano manteria uma posição reservada sobre o assunto, não aprovando nem desaprovando as aparições em Medjugorje.

" Nós bispos, após estudos feitos por uma comissão ao longo de três anos de duração, aceitamos Medjugorje como um lugar santo, como um santuário.  Isto significa que nada temos contra se alguém venera a Mãe de Deus de modo e também de acordo com os ensinamentos e as crenças da Igreja. Portanto, estaremos prosseguindo com nossos estudos. A Igreja não tem pressa”.  (Revista Glas Koncila, 15 de agosto de 1993)

 

O julgamento desses aparições ainda está pendente. O papa, dado o porte internacional do fenômeno e a discordância de pareceres entre o bispo local e outros bispos do país, nomeou uma comissão internacional, confiando-lhe a liderança ao cardeal Camillo Ruini, para avaliar os testemunhos e manifestar um julgamento. Esse também é um fato totalmente excepcional: o reconhecimento de uma aparição cabe ao julgamento do bispo local.

 

Estão previstas três fórmulas para três diferentes tipos de julgamento. Se a autoridade eclesiástica chega a verificar que se tratou de uma fraude ou até da fantasia de algum visionário, o julgamento é "constat de non supernaturalitate", isto é, consta a não sobrenaturalidade. Se, ao contrário, o julgamento é interlocutório e não foi possível apurar a veracidade, mas nem desmenti-la, se adota a fórmula "non constat de supernaturalitate", isto é, não consta a sobrenaturalidade, mas isso não exclui que possa ser verificada em um segundo momento. Esse último julgamento foi utilizado para Medjugorje.

 

Hoje em dia, a posição oficial da Igreja Católica é única, dada por bispos da ex-Iugoslávia, em 1991:

 

“Não consta de sobrenaturalidade.”

Isto significa que um elemento sobrenatural não pode ser verificado, mas também não pode ser descartado. Devido a isso, peregrinações oficiais da Igreja não podem acontecer, mas todos os anos milhares de peregrinos fazem a viagem para rezar lá. O Vaticano pediu para as pessoas terem cuidado quando visitarem o local. Para lidar com o problema, em 2010, Bento Dezesseis organizou uma comissão presidida pelo Cardeal Camilo Ruini, que já completou o seu trabalho.


“Fizemos um comité consultivo, oferecemos nossa opinião à Congregação para a Doutrina da Fé. São eles que vão decidir se e quando vão anunciar uma decisão oficial”, card. Camilo Ruini.


Por muitos anos, o Vaticano tem analisado a investigação de Medjugorje, começando com a credibilidade das testemunhas relatadas. Saverio Gaeta pensa que para as supostas testemunhas, teria sido mais fácil negar o que aconteceu.


“No primeiro ano das aparições, os pais dessas crianças trabalhavam no exterior. O governo disse a eles: “Se vocês não pararem de dizer que viram Nossa Senhora, seus pais não serão autorizados a voltar da Alemanha”, que, para essas famílias significava fome”.


Salvatore Perella, especialista em mariologia e membro da comissão, não fala sobre o caso Medjugorje, mas detalhou outros fatores que são analisados, para ver se as aparências são autênticas.


“Não pode haver contradição entre a revelação bíblica essencial, Cristo e o Evangelho, com as alegadas mensagens que são dadas por Nossa Senhora”.


Aparentemente, o inquérito foi concluído. O Papa disse recentemente que o Vaticano está em seus estágios finais de investigação e deverá tomar uma decisão em breve. Mas, novamente supostas aparições estão ocorrendo, é provável que a Igreja só se pronuncie sobre a primeira etapa das aparições.


“O importante é saber se a Mãe de Deus apareceu pelo menos uma vez. Quando isso é determinado, o julgamento sobre outras aparições não é tão relevante”.


O Vaticano deve levar em conta o elevado número de conversões espirituais que aconteceram em Medjugorje. Um lugar, que, por enquanto, é oficialmente apenas uma paróquia. Mas, talvez, seja um das mais visitadas no mundo.

 

Opinião pessoal do Papa Francisco.

Porém, em entrevista dada em 2014 por ocasião da Jornada Mundial da Juventude no Rio de Janeiro, o Papa Francisco expressou claramente a sua opinião pessoal sobre as aparições de Nossa Senhora em Medjugorje.  No livro publicado pelas edições Loyola em 2014, na entrevista concedida ao Padre Alexandre Awi Mello, Papa Francisco rechaça qualquer hipótese de que alguém tenha aparições de Nossa Senhora em Medjugorje.

 

 

O livro está a venda pelo link da editora:

http://www.loyola.com.br/produtos_descricao.asp?lang=&codigo_produto=30914

Nas páginas 235 e e 236 o Papa passa a sua opinião pessoal sobre as aparições de Nossa Senhora em Medjugorje:

“Em relação a Medjugorje“, continua o Papa Francisco,  “eu proibi que se fizesse uma reunião enquanto estávamos aqui no Conclave. Portanto, eles sabiam que eu não estava de acordo“. Ele (o Papa) me explicou que um dos videntes de Medjugorje ia estar na Arquidiocese para um encontro que aconteceria em uma igreja. Em seguida me disse o motivo pelo qual tinha se oposto ao encontro, sem contudo, se manifestar sobre a autenticidade da aparição:

“Fiz isto porque um dos videntes ia falar e dar algumas explicações e, então às quatro e meia Nossa Senhora ia aparecer! Ou seja, ele tem a agenda de Nossa Senhora! Então, eu lhes disse: não; olha, esse tipo de coisa  eu não quero aqui.  Disse que não. Não na Igreja” conclui o Papa reforçando em seguida:

“Mas devemos distinguir que em Medjugorje, Deus faz milagres, entende? Assim, em meio às loucuras humanas, Deus continua fazendo milagres, não é mesmo? Talvez existam fenômenos mais pessoais. Chegam-me algumas cartas, mas se vê que são questões mais psicológicas… Temos que distinguir bem as coisas…”

Em outro momento, quando já estávamos andando pelo Palácio Apostólico, Francisco voltou ao tema, como se a pergunta estivesse trabalhando em seu interior:

”O tema das aparições, que fique bem claro. Procure ver pelo lado da locução interior. Então, como te disse, vai-se de um extremo ao outro. Às vezes esta locução quase se materializa fisicamente numa visão e às vezes pode ser mera inspiração“, diz o Papa buscando conceitos para expressar o que pensa sobre estes fenômenos. “Por exemplo“, continua, “essa gente que sente que Nossa Senhora lhe diz alguma coisa que na oração tem uma locução e, então afirma: Nossa Senhora me disse isto… Claro. Expressam de uma maneira que parece que ela se lhes apareceu… Mas daí a que os videntes sejam protagonistas e organizem umas aparições programadas… este é o pecado, que pode acompanhar uma grande graça.”

O livro com as declarações do Papa Francisco também pode ser pedido pela loja da Canção Nova através do link abaixo:

http://loja.cancaonova.com/products/28849-livro-ela-e-minha-mae-encontros-do-papa-francisco-com-maria

 

É verdade que o Papa Francisco, em mais de uma ocasião, oficial e pública, se declarou bastante incrédulo quanto às famosas "aparições" de Nossa Senhora de Medjugorje. Em algumas oportunidades, ele até usou palavras sarcásticas. Francisco disse, por exemplo, retornando de Fátima:

 

 "Eu prefiro a mãe da Nossa Senhora mãe, e não a Nossa Senhora chefe de escritório telegráfico que envia uma mensagem todos os dias".

 

Deve ser lembrado que desde as primeiras "aparições" (24 de junho de 1981), Nossa Senhora de Medjugorje teria entregue ou transmitido aos videntes bósnios pelo menos 70 mil mensagens. Também é verdade que, há mais de cinco anos, o Santo Padre tem em sua mesa o relatório final da Comissão presidido pelo cardeal Camillo Ruini, um grupo de especialistas internacionais que estudou a fundo a questão "Medjugorje".

É também verdade que numa conferência de imprensa, o Papa Francisco revelou a substância de tais conclusões dizendo algo que não se entende de imediato, ou seja: a Comissão Ruini decidiu expressar-se com dois votos, um sobre as primeiras sete supostas aparições, que ocorreram entre 24 de junho e 3 de julho de 1981, que seriam sobrenaturais (milagrosas) e outro voto sobre tudo o que aconteceu depois de 3 de julho de 1981 e que, obviamente, não pode ser certificado como sobrenatural.

Ninguém nunca explicou até o momento, com transparência e clareza, quais são as razões que permitem dizer que, até 3 de julho de 1981, os videntes viram, realmente, Nossa Senhora (que teria falado com eles) e que todos os milhares e milhares de aparições subsequentes - incluindo mensagens, conversas e até mesmo revelações de segredos - não seriam eventos possíveis de serem julgados "verídicos" como fatos sobrenaturais.

Qual seria a "discriminante"? O que torna possível distinguir esses dois períodos? Uma distinção nada insignificante, pois separa aparições privadas, reconhecidas pela Igreja como sobrenaturais, de fatos e eventos sobre os quais a mesma Igreja exclui dimensões sobrenaturais.

Se essa passagem não for explicada, os católicos, os fiéis, permanecerão imersos na confusão total que desde sempre caracterizou essas supostas aparições de Medjugorje.

Em qualquer caso, deve recordar-se que enquanto isso, nestes anos, o Papa Francisco se concentrou sobretudo na dimensão pastoral, explicando sempre que essa dimensão, urgente e necessária para os peregrinos, não diz respeito à questão de fundo, ou seja, a verdadeira natureza das aparições. Em outras palavras: nada do que até agora foi decidido em matéria pastoral e será decidido no futuro, tem a ver com a decisão final do Pontífice sobre o Relatório Ruini. O Papa e a Santa Sé reiteraram tudo isso claramente em várias ocasiões.

O eixo dessa preocupação pastoral em relação a Medjugorje é o arcebispo polonês Mons. Henryk Hoser, enviado especial do Papa, que vem trabalhando intensamente no local desde 2017.

Considerando a veracidade do que foi dito antes, deve-se explicitar, entretanto, que a recente participação no Festival Juvenil de Medjugorje de cardeais, arcebispos, bispos e outros prelados, muitos deles colaboradores do Papa no Vaticano e na sua diocese, levanta algumas questões cujas respostas, o bom senso e a lógica do pensamento, evidenciam como uma operação indolor (sem polêmica) colocada em prática para avalizar as aparições da Kraljice Mira (Rainha da Paz, o título com o qual Nossa Senhora se apresentou aos "videntes").

Por que estamos dizendo isso?

Porque dizer "Medjugorje" significa necessariamente "aparições de Nossa Senhora". Medjugorje não é apenas um lugar qualquer e ter a pretensão de passar a ideia de que Medjugorje seja um lugar de peregrinação, conversão, confissão, oração e cura, independentemente da chamada "Nossa Senhora de Medjugorje", não é correto, ou melhor, é insidioso porque pode dar impressão de que se trata de uma maneira tangencial de resolver a questão. Tanto é assim que, há dias circulam artigos sobre o fato de que, mesmo que indiretamente, o Santo Padre reconheceu a natureza sobrenatural das aparições de Medjugorje. Isso evidencia a confusão a que nos referimos.

Para os fiéis não é compreensível a distinção que se quer fazer entre Medjugorje "lugar de oração e conversão" e Medjugorje "lugar de aparições da Mãe de Deus". A relação entre lugar e aparições, neste caso, é intrínseca, de outra forma não se entende porque, do ponto de vista pastoral, não se proclama lugar de oração e conversão o Maracanã no Brasil ou o Grand Canyon no Colorado, ou qualquer outro lugar do mundo.

Se é legítimo, bom e urgente o cuidado pastoral daqueles que vão em peregrinação aos lugares dessas chamadas "aparições marianas" (não há outro motivo para ir a Medjugorje!), a mesma urgência de cuidado pastoral existe em relação a centenas de milhões de católicos que querem saber com clareza o que o magistério diz sobre as aparições da Virgem Santa neste lugar específico e que querem sabê-lo com palavras cristalinas, sem tantos artifícios muitas vezes incompreensíveis.

 

 

 

 

 

 

“As aparições de Medjugorje não são autênticas”, afirma bispo de Mostar

O artigo publicado há dois dias pelo bispo de Mostar (Bósnia e Herzegovina), sob cuja jurisdição Medjugorje atualmente se encontra, é muito significativo, começando pelo título. “As aparições dos primeiros sete dias em Medjugorje” é uma acusação com a qual dom Ratko Peric, desde sempre contra qualquer credibilidade ao fenômeno, procura desmantelar as “aparições” precisamente em sua primeira fase, utilizando material já conhecido e publicado há muitos anos. Essa fase sobre a qual a comissão criada por Bento XVI e conduzida pelo cardeal Camilo Ruini reconheceu, ao contrário, elementos sobrenaturais. O relatório entregue a Francisco, em 2014, fruto do trabalho de quatro anos, sugeria ao Pontífice que somente procedesse com o reconhecimento do fenômeno das primeiras semanas.

A reportagem é de Andrea Tornielli, publicada por Vatican Insider, 28-02-2017. A tradução é do Cepat.

Contudo, o que mais surpreende é a coincidência temporal. Dom Peric publicou o artigo a pouco tempo da chegada do enviado especial do Papa, o arcebispo de Varsóvia-Praga Henryk Hoser, encarregado em “adquirir conhecimentos mais profundos sobre a situação pastoral daquela realidade e, sobretudo, sobre as exigências dos fiéis que ali chegam em peregrinação e, com base nelas, sugerir eventuais iniciativas pastorais para o futuro”. Sabe-se que o mandato de Hoser não está relacionado com a autenticidade das aparições, mas apenas com o cuidado pastoral dos fiéis e com a solução dos antigos problemas que, há tempo, na região, opõem os frades franciscanos, titulares da paróquia, ao bispo de Mostar.

Em seu artigo, Peric critica qualquer tendência a considerar autêntico o fenômeno de Medjugorje: “A posição desta Cúria por todo este período foi clara e decidida: não se trata de verdadeiras aparições da Beata Virgem Maria”. E critica exatamente as conclusões (nunca publicadas) da comissão Ruini. “Ainda que, às vezes, se tenha dito que as aparições dos primeiros dias poderiam ser consideradas autênticas e que, depois, haveria se somado uma sobreposição por outros motivos, principalmente não religiosos, esta Cúria promoveu a verdade também em relação a estes primeiros dias. Após ter transcrito as gravações das entrevistas ocorridas, na primeira semana, no escritório paroquial de Medjugorje, entre o pessoal pastoral e os pequenos e pequenas que tinham afirmado terem visto a Virgem, com plena convicção e responsabilidade expomos os motivos pelos quais nos parece evidente a não autenticidade dos supostos fenômenos. Se a verdadeira Virgem, Mãe de Jesus, não apareceu (como de fato não aconteceu), então é necessário aplicar a tudo as seguintes fórmulas: “supostos videntes”, “supostas mensagens”, “suposto sinal visível” e “chamados secretos””.

Com base nas gravações das entrevistas desses primeiros dias, o bispo de Mostar afirma que surge: “uma figura ambígua. A figura feminina que teria aparecido em Medjugorje se comporta de maneira completamente diferente da verdadeira Virgem, Mãe de Deus, nas aparições reconhecidas até agora como autênticas pela Igreja: normalmente não fala primeiro; ri de maneira estranha; diante de certas perguntas desaparece e depois retorna; obedece aos ‘videntes’ e ao pároco que a fazem descer da montanha à igreja, contra sua vontade. Não sabe com certeza por quanto tempo aparecerá; permite que alguns presentes pisoteiem seu véu estendido pelo chão e que toquem seu vestido e seu corpo. Esta não é a Virgem evangélica”.

Peric ressaltou o ‘estranho tremor’ que um dos videntes, Ivan Dragicevic, “na conversa com o capelão, frei Zrinko Cuvalo (1936-1991), disse ter percebido, no primeiro dia, um ‘tremor’ das mãos da aparecida. Qual ‘tremor’? Tal percepção pode suscitar não só uma forte suspeita, como também uma profunda convicção de que não se trata de uma autêntica aparição da Beata Virgem Maria”.

Outras críticas do bispo estão relacionadas com a data e o aniversário das ‘supostas aparições’, que se iniciaram no dia 24 de junho de 1981, ainda que se tenha decidido que a festa anual se celebre no dia 25 de junho, dia em que supostamente todos os videntes teriam presenciado as aparições. As argumentações do bispo continuam: “os ‘videntes’, desde o início do segundo dia, pediram a sua figura algum ‘sinal’ como prova da autenticidade da aparição. Segundo Ivanka, a aparecida deu o ‘sinal’ movendo os ponteiros do relógio de Mirjana: ‘o relógio girou por completo’, ‘e ela deixou um sinal no relógio’. Mais que ridículo é estranho”.

E mais ainda: Ivanka “está segura de que a figura deixará um sinal na montanha, talvez sob a forma de água. Após quase quatro décadas, não existe nenhum sinal, nem água, só fantasias!”. E durante os primeiros sete dias, “a aparecida não assume nenhuma iniciativa, nunca começa a falar primeiro. Responde as perguntas dos ‘videntes’ de maneira genérica, de forma bastante ambígua, inclinando a cabeça, postergando para outro momento, prometendo o milagre da cura e deixando uma mensagem às pessoas: ‘Que as pessoas creiam firmemente como se me visse’. E também aos franciscanos: ‘que creiam firmemente””.

O bispo também recorda que as descrições dos vestidos de Maria não coincidem. “Segundo as conversas com os ‘videntes’, a aparecida se veste de maneira diferente. A figura tinha o vestido, diz Ivan, ‘de cor azul’, no primeiro dia; segundo Ivanka, ‘de cor café’, no segundo dia; segundo os outros ‘videntes’, ‘de cor cinza’: Jakov, Mirjana e Ivanka, no sexto dia”.

Para concluir, dom Peric denuncia “manipulações intencionais. O interlocutor dos ‘videntes’, frei Jozo Zovko, pároco, demonstra-se muito nervoso porque a figura aparecida não envia mensagens concretas para as pessoas, nem para os frades; porque não desce da colina à igreja onde está sua estátua. E mais, questiona-se se poderia ‘obrigar’ (assim, literalmente!) a Virgem a descer e aparecer na igreja. O padre Zovko: ‘Interessa-me isto Mirjana: se a Virgem não aparecer na igreja, vocês podem obrigá-la a aparecer na igreja? Talvez a fizesse, não é certo? Qual a sua opinião?’. Mirjana: ‘Não sei. Não refletimos sobre isso”. O padre Zovko repete: ‘Eu acredito que poderiam obrigá-la: ‘Virgem, peço que me apareça na igreja’. Qual a sua opinião?’. E, em seguida, Mirjana cede e pensa que isto ‘seria melhor, porque então nem sequer a polícia nos procuraria...’”. E assim, conclui o bipo Peric, “com as manipulações, as ‘aparições’ mudaram para a igreja no dia primeiro de julho de 1981. Este ‘obrigar’ à aparecida descer e aparecer na igreja é um jogo mágico, e não o Evangelho de Cristo”.

A conclusão do bispo de Mostar é que não é possível falar em fenômenos sobrenaturais. “Tendo em conta tudo o que foi examinado e estudado por esta Cúria diocesana, incluído o estudo dos primeiros sete dias das supostas aparições, pode-se pacificamente afirmar: a Virgem não apareceu em Medjugorje!”.

O bispo havia afirmado o mesmo em outros textos do passado. As gravações mencionadas por ele, há tempo, foram transcritas, traduzidas ao croata, ao francês e ao inglês, e publicadas em três volumes. Estes materiais foram analisados com atenção pela comissão conduzida pelo cardeal Ruini.

O que surpreende é que justamente no momento em que a Santa Sé decide nomear um enviado especial do Papa, encarregado de verificar os problemas existentes para o acompanhamento pastoral dos peregrinos, o bispo tenha decidido intervir desta maneira, procurando condicionar o exame sobre a natureza sobrenatural das aparições. Um exame que agora compete à Congregação para a Doutrina da Fé.

 

As opiniões da ciência e do Vaticano

Diversos cientistas já foram a Medjugorje onde fizeram testes usando vários aparelhos nucleares avançados, e mesmo assim não conseguiram encontrar explicações científicas para as aparições. O Vaticano também atua com várias Comissões de Bispos encarregadas de seguir e registrar a evolução das aparições. No avião, enquanto retornava de Sarajevo para Roma, no dia 6 de junho de 2015, o Papa afirmou aos jornalistas: 

 

“Em breve tomaremos uma decisão sobre Medjugorje”.

 

 

 

Até hoje continuam relatos diários de videntes, sempre no dia 25 de cada mês, sobre aparições da, alertando sobre a urgência da conversão, para que a paz reine no mundo.

 

 

Oração a Nossa Senhora Rainha da Paz

“Ó Maria, doce Mãe de Jesus Cristo “Príncipe da Paz”, eis a Vossos pés Vossos filhos tristes, perturbados e cheios de confusão, pois afastou-se de nós a paz pelos nossos pecados. Intercedei por nós, para que gozemos a paz com Deus e nosso próximo, por Vosso Filho Jesus Cristo. Ninguém pode dá-la, senão esse Jesus que recebemos de Vossas mãos. Quando nasceu em Belém, os anjos nos anunciaram a paz. Quando Ele abandonou-a no mundo, prometeu e deixou-a como Sua herança. Vós, ó Rainha da Paz, estabelecei entre nós o reino e reinai com Vosso filho no meio do Vosso povo, que cheio de confiança se recomenda a Vossa proteção. Afastai para longe de nós os sentimentos de amor próprio, expulsai de nós o espírito de inveja, maldição, de discórdia. Fazei-nos humildes na fortuna, fortes nos sofrimentos, em paciência e caridade, firmes e confiantes na divina providência. Abençoai-nos, dirigindo os nossos passos no caminho da paz, da união e mútua caridade, para que, formando aqui a Vossa família, possamos no céu bendizer-Vos e a Vosso divino filho, por toda a eternidade. Assim seja. Amém.”

 

 

 

 

Mensagens de Nossa Senhora Rainha da paz.

 

https://www.medjugorjebrasil.com.br/category/mensagens-medjugorje/

 

Fontes:

 

https://pt.wikipedia.org/wiki/Nossa_Senhora_de_Me%C4%91ugorje

http://www.medjugorje.org.br/secao.php?menu=medjugorje

https://www.medjugorje.com.br/papa-francisco-afirma-que-quem-diz-ver-nossa-senhora-tem-problemas-psicologicos-e-que-os-videntes-de-medjugorje-mentem-para-o-povo/

https://www.medjugorjebrasil.com.br/mensagem-de-nossa-senhora-em-medjugorje-em-02-08-2019-atraves-da-vidente-mirjana-solda/

https://cruzterrasanta.com.br/historia-de-nossa-senhora-rainha-da-paz-de-medjugorje/477/102/

download.jpg
Santuario-Medjugorje-Mediugorie-Bosnia-1
marzito-herzegovina-medjugorje-apparitio
medjugorje_videntes.jpg
hqdefault (1).jpg
Ciencia01.jpg
26.jpg
camillo-ruini-cb13abd7-c93f-4c71-a32b-47
ce43199b68167823663acc71ea23aaf7_XL.jpg
papalivromenor.jpg
mostar.jpg
Sem título.jpg

Este site se dedica única e exclusivamente a promover e defender a Igreja Católica.  A Santa Madre Igreja do Nosso Senhor Jesus Cristo.  

SOBRE NÓS

© 2018 por Joseph Charles. Orgulhosamente criado com Wix.com

  • Grey Facebook Icon
  • Grey Google+ Icon
  • Grey Instagram Icon
bottom of page