"O Papa de Hitler" - A mentira sobre Pio XII
Quantas vezes vocês já ouviram alguém dizer que o Santo Padre Pio XII (Eugenio Pacelli) apoiou o Nazismo e Adolf Hitler?
Essa mentira se perdurou por 60 anos e a verdade sobre a batalha do Papa Pio XII contra o nazismo foi suprimida pelos anti católicos. Porém, novas evidências revelaram que na verdade o Papa foi um grande herói para os judeus diante do terror de Hitler.
No final da década de 1990, o debate sobre Pio XII e se ele fez o suficiente para combater os nazistas alcançou o ponto mais alto com a publicação do livro profundamente controvertido chamado “O Papa de Hitler”, do jornalista britânico John Cornwell.
Esse texto foi muito crítico com Pio XII, acusando-o de sustentar um silêncio culpado, ou até mesmo cúmplice, durante o auge do nazismo, quando na verdade ajudou a salvar a mais de 800 mil judeus neste período.
Recentemente ocorreu uma grande reviravolta na historia do holocausto nazista. A Fundação Internacional Wallenberg, um instituto de pesquisa histórica, iniciou um projeto que teve como objetivo marcar as "Casas da Vida" — lugares onde judeus eram protegidos durante a guerra — com uma placa memorial. Foram encontradas mais de 500 casas como essas na Itália, França, Hungria, Bélgica e Polônia. Eduardo Eurnekian, presidente da fundação, escreveu que, "para nossa surpresa, descobrimos que a esmagadora maioria das Casas da Vida eram instituições relacionadas à Igreja Católica, incluindo conventos, mosteiros, internatos, hospitais etc". Alguém leu isso nas mídias jornalísticas mundiais? Claro que não houve nenhum esforço para propagar tal notícia, muito menos comparado ao que se faz quando é alguma notícia negativa sobre a Igreja Católica.
Em Roma, quase 4.500 pessoas encontraram refúgio em igrejas, conventos, mosteiros e internatos. Em Varsóvia, a Igreja de Todos os Santos protegeu judeus ariscando a própria vida já que por lá, tal ação seria punida com o envio a campo de extermínio ou a execução sumária imediata.
Vários ajudantes do Papa da época da guerra, Pio XII, reconhecem que trabalharam para resgatar judeus sob instruções diretas do pontífice. Eles ainda incluíram dois futuros papas — Mons. Angelo Roncalli (João XXIII) e Mons. Giovanni Battista Montini (Paulo VI). Pio XII mesmo protegeu judeus tanto no próprio Vaticano como em Castel Gandolfo.
Em 14 de março de 1937, Pio XI publicou Mit Brennender Sorge ("Com grande preocupação), uma encíclica, propositalmente escrita em alemão, condenando o nazismo. "Quem quer que exalte a raça, ou o povo, ou o Estado, e divinize-os a um nível idolátrico, perverte a ordem do mundo criado por Deus", escreveu o Papa.
O Cardeal Pacelli, futuro Pio XII (que fez mais de 50 protestos contra a política nazista) distribui de forma secreta a encíclica do Papa Pio XI. O “amante de judeus”, como era conhecido Pacelli pelo regime nazista, havia negociado uma concordata entre a Santa Sé e a Alemanha, quatro anos antes, para ter algum meio de conter os nazistas através de um tratado internacional. Pacelli foi considerado tão anti-nazista que o III Reich tentou impedir a sua eleição como papa em 1939.
Antes da guerra, Pacelli assumiu riscos extraordinários para ajudar a oposição alemã. Ele sabia que os generais estavam planejando um ataque contra Hitler, e fez com que notícias de suas intenções chegassem ao governo britânico.
Algo entre 500 e 860 mil, foi o número de judeus salvo pelas ações protetoras do Papa Pio XII. Ele atuou diretamente na Itália e por meio de diplomatas papais na Romênia, Hungria, Eslováquia e outros lugares.
Devido as suas declarações hostis ao regime nazi, antes e durante a guerra, os nazistas elaboraram um plano para seqüestrá-lo que de forma estranha foi abortado pela intervenção de um general da SS, Karl Wolf.
Apesar de alertar sobre os males do comunismo e das perseguições que promoviam contra a igreja católica, Pacelli se cala durante a guerra, nada falando contra o Nazismo. Seu silencio era estratégico, pois só assim, sem alertar os nazistas, podia conceder refúgio a milhares de judeus em casas religiosas na Itália e mesmo no Vaticano. No anonimato ele também poderia manter contatos a fim de que informações sobre os prisioneiros de guerra e do Holocausto pudessem chegar aos Aliados.
Essa situação não era desconhecida pelos judeus. Albert Einstein, que escapou do regime nazista, disse em 1940:
"Somente a Igreja permaneceu firmemente do outro lado da campanha de Hitler para suprimir a verdade… Eu sou obrigado, portanto, a confessar que agora louvo sem reservas o que uma vez eu desprezei".
Chaim Weizmann, primeiro presidente de Israel, e Isaac Herzog, líder dos rabinos de Israel, prestaram igualmente generosos tributos a Pacelli. Israel Zolli, chefe dos rabinos de Roma, tornou-se católico e, em homenagem ao Papa, tomou o nome cristão de "Eugênio".
Depois da morte de Pio XII em 1958, Golda Meir, então ministra israelita das relações exteriores, escreveu: “Quando o martírio mais pavoroso atingiu o nosso povo durante os dez anos do terror nazista, a voz do Pontífice se levantou em favor das vítimas. Nós choramos a perda de um grande servidor da paz.”
Apesar de famosos como o físico Albert Einstein e a ex-primeira-ministra israelense Golda Meir terem manifestado a sua gratidão pelos feitos de Pio XII durante a Segunda Guerra, muitos judeus tacham de covarde sua postura.
“Pesa contra ele o fato de não ter sido ousado em desafiar o nazismo publicamente”, afirma o sociólogo Luiz Alberto Gomes de Souza, da Universidade Cândido Mendes. “Ele era diplomático, foi prudente em excesso. Ao passo que seu antecessor, Pio XI, fez críticas agudas ao nazismo e ao fascismo.”
Também não foi propagado pela grande mídia e pelos historiadores que os nazistas odiavam a Igreja. Milhares de padres católicos foram aprisionados, especialmente em Dachau, o "campo dos padres". No entanto, o fato de que alguns bispos seguiram uma política de apaziguamento: o Cardeal Adolf Bertram de Breslau supostamente teria ordenado um missa de Requiem para Hitler, em 1945, que alimentou o mito de conluio da Igreja com o nazismo e também de alguns católicos terem traído judeus e chegado a massacrá-los, como em Jedwabne, em 1941, reforçou essa situação desfavorável. Mas outros, notavelmente o bispo Clemens August von Galen, de Münster, e o bispo Konrad von Preysing, de Berlim, fizeram tudo que podiam para resistir ao nazismo. O agente de Preysing e cura da Catedral de Berlim, Bernhard Lichtenberg, foi judicialmente morto e agora é reconhecido como um mártir.
Recentemente, uma reportagem da BBC relacionou de forma covarde com o intuito de manchar a imagem da Igreja, a oração silenciosa do Papa Francisco em Auschwitz a um ato de reparação pelo silêncio da Igreja Católica.
Deixemos, entretanto, a última palavra para o próprio Papa Pio XII. Em 1943, onde ele critica a propaganda nazista, mas que também pode muito bem ser usado para caracterizar os caluniadores da Igreja. Ele escreveu:
"Chegará o momento em que documentos não publicados sobre esta terrível guerra serão tornados públicos. Então, a tolice de todas as acusações se tornarão tão claras como a luz do dia. Sua origem não é a ignorância, mas o desprezo pela Igreja".
A própria comunidade judaica desmascara a mentira ao dar apoio total ao Papa Pio XII, por reconhecer que ele foi responsável pela salvação de milhares de judeus, aos protege-lhos da morte certa que seriam os campos de concentração, as vezes com a própria vida e até mesmo se deixando levar junto para morrerem nestes campos.
Essa placa foi doada no ano 1946 pelos Judeus ao Papa Pio XII e se encontra no museu da Liberação em Roma.
Tradução: “Os judeus para Sua Santidade Pio XII”.
”O Congresso dos Delegados das comunidades israelitas italianas, realizado em Roma, pela primeira vez após a Libertação, é obrigado a pagar tributo a Sua Santidade, e, para manifestar o mais profundo sentimento de gratidão de todos os judeus, por mostrar a Fraternidade humana da Igreja durante os anos de perseguição e quando suas vidas foram postas em perigo pelas atrocidades nazi-fascistas. Muitas vezes, sacerdotes suportaram prisões e campos desconcentração e até mesmo sacrificaram as suas vidas para ajudar os judeus. Essa prova que o sentimento de bondade e caridade que ainda conduz o justo tem servido para diminuir a vergonha das indignidades suportadas, o suplício sofrido das perdas de milhões de seres humanos. Israel ainda não terminou o sofrimento: Os judeus sempre lembrarão o que a Igreja, sob ordens do papa, fez por eles naquele momento terrível” Moção aprovada pelo Terceiro Congresso da Comunidade Israelita Italiana realizado em março de 1946.
Foi descoberto em 2009 um plano de Adolf Hitler com intenção de assassinar o Santo Padre durante a II Guerra Mundial.
Fontes: http://www.zenit.org/article-21885?l=portuguese
CIDADE DO VATICANO, terça-feira, 16 de junho de 2009 (ZENIT.org).
Hitler queria seqüestrar ou matar Pio XII, segundo confirmam novos testemunhos históricos revelados nesta terça-feira.
Dados sobre este objetivo já haviam sido oferecidos no passado. Em 1972, havia falado dele o general da SS, Karl Wolf, ao referir detalhes sobre um encontro que teve com o Papa Eugenio Pacelli “no dia 10 de maio de 1944”. No entanto, é a primeira vez que se recolhem detalhes concretos sobre o plano de eliminação do pontífice.
O jornal italiano “Avvenire” publicou um testemunho histórico que confirma o plano organizado contra o Papa pelo “Reichssicherheitsamt” (quartel general para a segurança do Reich) de Berlim, “depois de 25 de julho de 1943”.
O jornal cita uma fonte direta e testemunhal, Niki Freytag von Loringhoven, de 72 anos, residente em Munique, filho de Wessel Freytag von Loringhoven, quem então era coronel do Alto Comando Alemão das Forças Armadas (Oberkommando der Wehrmacht, OKW), e depois participaria de um falido golpe contra (Hitler).
Segundo Freytag von Loringhoven, “nos dias 29 e 30 de julho de 1943”, houve em Veneza um encontro secreto para informar ao chefe de contra espionagem italiano, o general Cesare Ame, da intenção do Führer de punir os italianos pela prisão de Mussolini, com o seqüestro ou o assassinato de Pio XII e do rei da Itália.
No encontro participaram o chefe de Ausland-Abwehr (contra espionagem), o almirante Wilhelm Canaris, e dois coronéis da seção II para a sabotagem, Erwin von Lahousen e precisamente Wessel Freytag von Loringhoven.
Segundo Avvenire, este testemunho concorda com a deposição de Erwin von Lahousen no processo de “Nurembergue de 1º de fevereiro de 1946” (Warnreise Testimony 1330-1430), no qual inclusive revela a reação de Freytag von Loringhoven ao conhecer o plano de Hitler:
“É uma autêntica covardia!”.
O chefe de contra espionagem italiano, Ame, segundo este testemunho histórico, ao voltar a Roma após conhecer as intenções de Hitler em Veneza, divulgou a notícia dos planos contra o Papa para bloqueá-los. Estas notícias chegaram ao embaixador da Alemanha na Santa Sé, Ernst von Weisäcker,
Quem as recolhe em seu livro: Erinnerungen (“Lembranças”), de 1950.
QUANDO A IGREJA ALEMÃ EXCOMUNGOU O NAZISMO
Importante descoberta da “Pave the Way Foundation”
Por: (Antonio Gaspari).
NOVA YORK, quinta-feira, 1º de outubro de 2009 (ZENIT.org).
Nada de "Papa de Hitler". Nada de colaboradores voluntários do nazismo. Alguns documentos encontrados na Alemanha pela “Pave the Way Foundation” (PTWF) provam que, “desde setembro de 1930”, os bispos católicos haviam excomungado o Partido Nazista de (Hitler).
Nos documentos achados por (Michael Hesemann), colaborador da (PTWF), consta que, “em setembro de 1930”, três anos antes que (Adolf Hitler) subisse ao poder, a arquidiocese de “Mogúncia” condenou de forma pública o Partido Nazista.
Segundo as normas publicadas pelo Ordinário de “Mogúncia”, estava:
"proibido a qualquer católico inscrever-se nas filas do Partido Nacional-Socialista de Hitler".
"Aos membros do partido hitleriano não era permitido participar de funerais ou de outras celebrações católicas similares."
"Enquanto um católico estivesse inscrito no partido hitleriano, não podia ser admitido aos sacramentos."
A denúncia da arquidiocese de “Mogúncia” foi publicada em primeira página pelo L'Osservatore Romano, em um artigo de “11 de outubro de 1930”.
O título do artigo é:
"Partido de Hitler condenado pela autoridade eclesiástica".
Nele se declarava a incompatibilidade da fé católica com o (nacional-socialismo).
Nenhuma pessoa que se declarasse católica podia converter-se em membro do partido nazista, sob pena da exclusão dos sacramentos.
”Em fevereiro de 1931”, a diocese de Munique confirmou a incompatibilidade da fé católica com o Partido Nazista.
”Em março de 1931”, também a diocese de Colônia, Parderborn e as das províncias de Renânia denunciaram a ideologia nazista, proibindo de forma pública qualquer contato com os nazistas.
Indignados e furiosos pela excomunhão emitida pela Igreja Católica, os nazistas enviaram Hermann Göring a Roma com a petição de audiência com o secretário de Estado Eugenio Pacelli. “No dia 30 de abril de 1931”, o cardeal Pacelli rejeitou encontrar-se com Göring, que foi recebido pelo subsecretário, Dom Giuseppe Pizzardo, que tinha a tarefa de anotar tudo o que os nazistas pediam.
”Em agosto de 1932”, a Igreja Católica excomungou todos os dirigentes do Partido Nazista. Entre os princípios “anticristãos” denunciados como hereges, a Igreja mencionava explicitamente as teorias étnicas e o racismo.
Também “em agosto de 1932”, a Conferência Episcopal alemã publicou um documento detalhado no qual eram dadas instruções de como relacionar-se com o Partido Nazista. Nele, estava escrito que era absolutamente proibido aos católicos que fossem membros do Partido Nacional-Socialista. Quem desobedecesse, seria imediatamente excomungado.
Também estava escrito que:
"Todos os Ordinários declararam ilícito pertencer ao Partido Nazista, porque as manifestações de numerosos chefes e publicitários do partido têm um caráter hostil à fé e são contrárias às doutrinas fundamentais e às indicações da Igreja Católica".
“Em janeiro de 1933”, Adolf Hitler chegou ao poder e as associações católicas alemãs difundiram um folheto intitulado:
"Um convite sério em um momento grave, no qual consideravam a vitória do Partido Nacional-Socialista como um desastre para o povo e para a nação”.
”No dia 10 de março de 1933”, a Conferência Episcopal alemã, reunida em Fulda, enviou um apelo ao presidente da Alemanha, o general Paul L. von Beneckendorff und von Hindenburg, expressando:
"Nossas preocupações mais graves, que são compartilhadas por amplos setores da população".
Os bispos alemães se dirigiram a von Hindenburg manifestando seu temor de que os nazistas não respeitassem o santuário da Igreja e a posição da Igreja na vida pública. Por isso, pediram ao presidente uma urgente proteção da Igreja e da vida eclesiástica.
Os bispos católicos haviam previsto isso, mas não foram escutados.
Os documentos encontrados pela (PTWF) são de notável importância porque põem um fim às repetidas calúnias que pretenderam manchar a Igreja Católica como diligente colaboradora do nazismo, quando na verdade foi a primeira em denunciar sua periculosidade.
Papa Pio XII salvou 11.000 judeus romanos.
Dados publicados pela fundação (Pave the Way).
Por: Jesús Colina.
Conforme documentação descoberta recentemente por historiadores, a ação direta do papa Pio XII salvou a vida de mais de 11.000 judeus em Roma durante a II Guerra Mundial.
O representante da fundação Pave the Way na Alemanha, o historiador e pesquisador Michael Hesemann, descobriu muitos documentos originais de grande importância ao pesquisar os arquivos da igreja de Santa Maria dell'Anima, a igreja nacional da Alemanha em Roma.
A Pave the Way, com sede nos Estados Unidos, fundada pelo judeu Gary Krupp, anunciou o achado em declaração enviada a ZENIT.
“Muitos criticaram Pio XII por guardar silêncio durante as prisões e quando os trens partiram de Roma com 1.007 judeus, que foram enviados para o campo de concentração de Auschwitz”.
Declarou Krupp.
“Os críticos não reconhecem nem sequer a intervenção direta de Pio XII para dar fim às prisões, em 16 de outubro de 1943”.
“Novos achados provam que Pio XII agiu diretamente nos bastidores para impedir as prisões às 2 horas da tarde do mesmo dia em que elas começaram, mas não conseguiu deter o trem que tinha aquele destino tão cruel”.
Acrescentou.
Segundo um estudo recente do pesquisador Dominiek Oversteyns, havia em Roma 12.428 judeus no dia 16 de outubro de 1943.
“A ação direta do papa Pio XII salvou a vida de mais de 11.400 judeus”.
Explica Krupp.
“Na manhã de 16 de outubro de 1943, quando o papa soube da prisão dos judeus, enviou imediatamente um protesto oficial vaticano ao embaixador alemão, que sabia que não teria resultado algum. O pontífice mandou então seu sobrinho, o príncipe Carlo Pacelli, até o bispo austríaco Alois Hudal, cabeça da igreja nacional alemã em Roma, que, conforme relatos, tinha boas relações com os nazistas. O príncipe Pacelli disse a Hudal que tinha sido enviado pelo papa e que Hudal devia escrever uma carta ao governador alemão de Roma, o general Stahel, pedindo que as prisões fossem canceladas”.
A carta do bispo Hudal ao Generale Stahel dizia:
“Precisamente agora, uma fonte vaticana [...] me informou que nesta manhã começou a prisão dos judeus de nacionalidade italiana. No interesse de um diálogo pacífico entre o Vaticano e o comando militar alemão, peço-lhe urgentemente que dê ordem para parar imediatamente estas prisões em Roma e nas regiões circundantes. A reputação da Alemanha nos países estrangeiros exige esta medida, assim como o perigo de que o papa proteste abertamente”.
A carta foi entregue em mãos ao general Stahel por um emissário de confiança do papa Pio XII, o sacerdote alemão Pancratius Pfeiffer, superior geral da Sociedade do Divino Salvador, que conhecia Stahel pessoalmente.
Na manhã seguinte, o general respondeu ao telefone:
“Transmiti imediatamente a questão à Gestapo local e a Himmler pessoalmente. E Himmler ordenou que, considerado o status especial de Roma, as prisões sejam interrompidas imediatamente”.
Estes fatos são confirmados também pelo testemunho obtido durante a pesquisa do relator da causa de beatificação de Pio XII, o padre jesuíta Peter Gumpel.
Gumpel declarou ter falado pessoalmente com o general Dietrich Beelitz, que era o oficial de ligação entre o escritório de (Kesselring) e o comando de Hitler. O general Beelitz ouviu a conversa telefônica entre Stahel e Himmler e confirmou que o general Stahel tinha usado com Himmler a ameaça de um fracasso militar se as prisões continuassem.
Institutos religiosos isentos de inspeções nazistas
Outro documento:
“As ações para salvar inumeráveis pessoas da nação judaica”
Afirma que o bispo (Hudal) conseguiu, através dos contatos com (Stahel) e com o coronel (Von Veltheim), que:
“550 instituições e colégios religiosos ficassem isentos de inspeções e visitas da polícia militar alemã”.
Só numa destas estruturas, o Instituto San Giuseppe, 80 judeus estavam escondidos.
A nota menciona também a participação “em grande medida” do príncipe (Carlo Pacelli), sobrinho de Pio XII:
“Os soldados alemães eram muito disciplinados e respeitavam a assinatura de um alto oficial alemão... Milhares de judeus locais em Roma, Assis, Loreto, Pádua e outras cidades foram salvos graças a esta declaração”.
Michael Hesemann afirma que é óbvio que qualquer protesto público do papa quando o trem partiu teria provocado o recomeço das prisões.
Ele ainda explica que a fundação Pave the Way tem no seu site a ordem original das SS de prender 8.000 judeus romanos, que deveriam ser enviados para o campo de trabalho de Mauthausen e ser retidos como reféns, e não para o campo de concentração de Auschwitz. Pode-se pensar que o Vaticano acreditasse em negociar a libertação deles.
Soube-se também que o Vaticano reconheceu que o bispo Hudal ajudou alguns criminosos de guerra nazistas a fugir da prisão no fim do conflito.
Por causa de sua postura política, o bispo era persona non grata no Vaticano, e foi repreendido por escrito pelo secretário de Estado vaticano, o cardeal Giovanni Battista Montini futuro papa Paulo VI, por sugerir que o Vaticano ajudasse os nazistas a fugir.
Gary Krupp, diretor geral da Pave the Way, comentou que a fundação:
“investiu grandes recursos para obter e difundir publicamente todas estas informações para historiadores e peritos. Curiosamente, nenhum dos maiores críticos do papa Pio XII se deu ao trabalho de vir até os Arquivos Vaticanos abertos (e abertos completamente, desde 2006, até o ano de 1939) para fazer estudos originais. Também não consultaram o nosso site gratuito”.
Krupp afirma ter a sincera esperança de que os representantes dos peritos da comunidade judaica romana pesquisem o material original, que se encontra a poucos passos de sua casa.
“Creio que descobriram que mesma existência hoje da que o papa Pio XII chamava ‘esta vibrante comunidade’ deve-se aos esforços secretos deste papa para salvar cada vida”.
Disse:
“Pio XII fez o que pôde, quando estava sob a ameaça de invasão, de morte, cercado por forças hostis e com espiões infiltrados”.
Elliot Hershberg, presidente da Pave the Way Foundation, acrescenta:
“No serviço de nossa missão, nos empenhamos em tentar oferecer uma solução para esta controvérsia, que atinge mais de 1 bilhão de pessoas”.
Fonte:
ROMA, sexta-feira, 29 de julho de 2011. Disponível em:
http://www.zenit.org/article-28585?l=portuguese
O filme “Shades of Truth” (“Sombras da verdade”), da realizadora Liana Marabini, retoma a polêmica história do Papa Pio XII acusado por uns de ser o “Papa de Hitler” – pelo suposto silêncio durante o Holocausto – para outros é considerado o “Papa dos Judeus” por alegadamente ter salvado a vida de milhares de pessoas. A realizadora acredita na segunda hipótese e quis reabilitar a imagem de Pio XII:
Liana Marabini e o Papa Francisco.
“Às vezes, não queremos ver a verdade porque ela nem sempre é cómoda. O que a maior parte das pessoas acreditou – e ainda acredita – é que ele era o Papa de Hitler. Isso é falso e quis fazer este filme independente que financiei com a minha produtora para esclarecer este capítulo escondido e cheio de sombras.”
De acordo com a Fundação Pave the Way, com sede nos Estados Unidos e criada por um judeu, o Papa agiu nos bastidores para impedir a prisão de milhares de judeus. Por outro lado, Pio XII teria conseguido que 550 instituições e colégios religiosos ficassem isentos de inspeções nazis, permitindo salvar muitas vidas.
“Afirmei que ele era o Schindler do Vaticano mais foi um erro porque o Schindler apenas salvou oito mil judeus enquanto ele salvou um milhão. Comparei-o a Schindler pela coragem, pelos riscos que correu para ajudar os judeus e salvá-los da morte”, acrescentou Liana Marabini.
O apoio secreto do Papa Pio XII a tentativas de derrocar o ditador nazista Adolf Hitler é o tema de um novo livro, que aborda documentos de guerra e entrevistas com o agente de inteligência americana que os escreveu. O título do livro (tradução livre) é “A Igreja dos Espiões: A guerra secreta do Papa contra Hitler”, do historiador Mark Riebling.
“Este livro é a verdade –o melhor que pude expô-la após vários anos de investigação– sobre as operações secretas do Papa na Segunda guerra mundial”, assegurou o autor.
A principal premissa do livro, explicou Riebling, “é que Pio decidiu resistir a Hitler com uma ação encoberta em vez de protestar abertamente. Como resultado, envolveu-se em três diferentes complôs dos dissidentes alemães para eliminar Hitler”.
“Pensei que esta ideia –que a Igreja esteja envolvida em operações secretas durante os anos mais sangrentos da história, na parte mais controvertida de sua história recente– não era só uma nota ao pé de página, era algo que valia a pena investigar”, disse.
“Até os maiores críticos da Igreja na época nazista, ao menos os principais deles, admitem que Pio XII odiava Hitler e trabalhou secretamente para derrocá-lo”, disse Riebling. Durante sua investigação para um livro prévio, sobre a “guerra secreta entre o FBI e a CIA”, o historiador descobriu documentos de guerra que relacionavam o Papa Pio XII com tentativas de derrocar Hitler.
“Havia ao menos dez documentos implicando Pio XII e seus conselheiros mais próximos em não só um, mas três complôs para eliminar a Hitler –que se estendem de 1939 até 1944.
De acordo com Riebling, seu livro não denuncia que o Papa “tentou matar Hitler”. As ações do Papa foram mais sutis.
“Pio se converte em uma peça chave nas conspirações para eliminar um governante que é uma sorte de anticristo, porque as boas pessoas pedem sua ajuda, e ele procura em sua consciência, e aceita converter-se em um intermediário para os conspiradores –um tipo de agente estrangeiro–, e portanto se converte em um cúmplice de seus complôs”.
Pio XII teve conexões com três complôs contra Hitler. O primeiro, de outubro de 1939 a maio de 1940, envolveu a conspiradores militares alemães. De fins de 1941 à a primavera de 1943, uma série de complôs que envolveram a jesuítas alemães culminaram em uma bomba plantada no avião de Hitler que não explodiu.
O terceiro complô envolveu jesuítas alemães e também o coronel militar alemão Claus von Stauffenberg. Embora o coronel tenha colocado com sucesso uma bomba perto do ditador nazista, não conseguiu matar Hitler. Os sacerdotes tiveram que escapar depois do atentado fracassado.
Em um ponto, Hitler planejou invadir o Vaticano, sequestrar ao Papa e levá-lo a Alemanha. O líder nazista Heinrich Himmler “queria realizar uma execução pública do Santo Padre para a inauguração de um novo estádio de futebol”, disse Riebling.
“Pio se deu conta destes planos, através de seus agentes papais secretos; e, em minha opinião, isso influenciou a decisão do Santo Padre de envolver-se com a resistência anti-nazista”.
“Sabendo o que sei sobre Pio XII, e havendo-o investigado durante muitos anos, acredito que ele queria ser santo. Queria que o povo da Alemanha fosse santo”, acrescentou.
“Quando ele escutava que um sacerdote foi detido por rezar pelos judeus e enviado a um campo de concentração, dizia ‘quisera que todos fizessem o mesmo”. Esta frase, jamais foi dita em público, reconheceu o historiador, mas deixou por escrito em uma carta secreta aos bispos alemães.
A absolvição de Pio XII (Reportagem da IstoÉ - 15/12/2010 nº 2144)
Bento XVI, testemunhas do Holocausto e novos livros dizem que o papa acusado de colaborar com o nazismo teria, na verdade, salvado milhares de judeus
No mesmo livro em que se revela mais flexível sobre o uso do preservativo, “Luz do Mundo: O Papa, a Igreja e os Sinais dos Tempos”, lançado recentemente, Bento XVI toca em uma ferida que não cicatriza há mais de meio século. A autoridade máxima da Santa Sé conta que uma investigação sobre a vida de Pio XII (1876-1958) confirmou “aspectos positivos” daquele papa durante o período marcado pelo extermínio de seis milhões de judeus nas mãos de nazistas. Sumo Pontífice entre 1939 e 1958 e responsável, portanto, por conduzir a Igreja Católica durante a Segunda Guerra, Pio XII ganhou a pecha de Papa de Hitler por, supostamente, se omitir enquanto os judeus eram levados aos fornos de Auschwitz sob as ordens do Führer. Mas, além do próprio Joseph Ratzinger, livros e uma associação de judeus saem em defesa do controverso religioso de origem italiana.
Bento XVI reuniu-se no Vaticano com o judeu Gary Krupp, fundador da Pave the Way Foundation (Ptwf). Essa organização, que trabalha para eliminar os entraves entre religiões, havia conseguido, no início do ano, uma autorização para digitalizar e publicar cinco mil documentos dos arquivos secretos do Vaticano, datados entre 1939 e 1945. Até agora, a fundação já disponibilizou 40 mil páginas de documentos, artigos e vídeos com testemunhos de pessoas que contam como elas ou seus familiares teriam sido salvos por intervenção de Pio XII.
Krupp, da Pave the Way Foundation
Um dos depoimentos foi feito pelo americano Robert Adler, membro da Comissão do Alabama para o Holocausto. De acordo com ele, seu pai, Hugo Adler, passou entre cinco e seis semanas escondido no Vaticano, em 1941, onde teria se encontrado com o papa Pio XII em várias ocasiões. Chegara até lá vindo de Viena, na Áustria, graças a uma rede da Santa Sé que atuava discretamente na Europa. “Meu pai teria morrido não fosse a intervenção de Pio XII”, diz Robert em vídeo disponível no site da Ptwf. Ao todo, Eugenio Maria Giuseppe Giovanni Pacelli, membro da nobreza italiana que mais tarde viria a se tornar Pio XII, “salvou pelo menos 700 mil judeus da morte certa pelas mãos dos nazistas”, segundo escreve o ex-cônsul de Israel em Milão Pinchas Lapide em seu livro “Três Papas e os Judeus”.
Bento XVI proclamou Pacelli como venerável Pio XII, cujo processo de beatificação se arrasta desde 1965 – a controvérsia sobre sua atuação no período do Holocausto prejudicou o trajeto rumo à santidade.
Das mãos de Krupp, da Ptwf, Bento XVI recebeu um exemplar de “Hitler, a Guerra e o Papa”, de Ronald Rychlak. Foi presenteado, também, com “O Contexto do Papa Pio XII”, ainda não publicado, escrito por Rychlak e pelo general Ion Mihai Pacepa. Ex-membro da inteligência que desertou do bloco soviético, Pacepa foi recrutado para pintar Pio XII como colaborador do nazismo. Ele conta no livro que o Kremlin queria difamar a Igreja por sua postura anticomunista. Em 1960, Nikita Kruchev aprovou um plano secreto para destruir a moral da Santa Sé.
Escolhido como alvo, o Papa Pio XII, que servira como núncio papal em Munique e em Berlin entre 1917 e 1929, época em que os nazistas ascendiam, deveria ser tachado de antissemita. Sob o disfarce de um agente romeno, Pacepa negociou um acordo que promovia a retomada das relações entre o Vaticano e a Romênia em troca do acesso aos arquivos da Igreja. Trono-12 era o nome dessa operação, que resultou, segundo ele, na peça “O Vigário”, de 1963. Traduzida para 20 idiomas, a obra retrata Pio XII como uma pessoa distante das mazelas da guerra, mais preocupada com as finanças da Santa Sé.
Neste ano, o Vaticano informou que a totalidade dos arquivos secretos sobre o pontificado de Pio XII – aproximadamente 16 milhões de textos – estará disponível em até cinco anos. Será a hora de descobrir se, nesse extenso roteiro, Pio XII encontrará a tão almejada absolvição, já cantada por muitos judeus.
Fonte: https://istoe.com.br/114896_A+ABSOLVICAO+DE+PIO+XII/











