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Balaão, a jumenta e o anjo

 

Nm 22:20-35

20 Veio, pois, Deus a Balaão, de noite, e disse-lhe: Se aqueles homens te vieram chamar, levanta-te, vai com eles; todavia, farás o que eu te disser. 21 Então Balaão levantou-se pela manhã, e albardou a sua jumenta, e foi com os príncipes de Moabe. 22  E a ira de Deus acendeu-se, porque ele se ia; e o anjo do SENHOR pôs-se-lhe no caminho por adversário; e ele ia caminhando, montado na sua jumenta, e dois de seus servos com ele. 23 Viu, pois, a jumenta o anjo do SENHOR, que estava no caminho, com a sua espada desembainhada na mão; pelo que desviou-se a jumenta do caminho, indo pelo campo; então Balaão espancou a jumenta para fazê-la tornar ao caminho. 24 Mas o anjo do SENHOR pôs-se numa vereda entre as vinhas, havendo uma parede de um e de outro lado. 25 Vendo, pois, a jumenta, o anjo do SENHOR, encostou-se contra a parede, e apertou contra a parede o pé de Balaão; por isso tornou a espancá-la. 26 Então o anjo do SENHOR passou mais adiante, e pôs-se num lugar estreito, onde não havia caminho para se desviar nem para a direita nem para a esquerda. 27 E, vendo a jumenta o anjo do SENHOR, deitou-se debaixo de Balaão; e a ira de Balaão acendeu-se, e espancou a jumenta com o bordão. 28 Então o SENHOR abriu a boca da jumenta, a qual disse a Balaão: Que te fiz eu, que me espancaste estas três vezes? 29 E Balaão disse à jumenta: Por que zombaste de mim; quem dera tivesse eu uma espada na mão, porque agora te mataria. 30 E a jumenta disse a Balaão: Porventura não sou a tua jumenta, em que cavalgaste desde o tempo em que me tornei tua até hoje? Acaso tem sido o meu costume fazer assim contigo? E ele respondeu: Não. 31 Então o SENHOR abriu os olhos a Balaão, e ele viu o anjo do SENHOR, que estava no caminho e a sua espada desembainhada na mão; pelo que inclinou a cabeça, e prostrou-se sobre a sua face. 32 Então o anjo do SENHOR lhe disse: Por que já três vezes espancaste a tua jumenta? Eis que eu saí para ser teu adversário, porquanto o teu caminho é perverso diante de mim: 33  Porém a jumenta me viu, e já três vezes se desviou de diante de mim; se ela não se desviasse de diante de mim, na verdade que eu agora te haveria matado, e a ela deixaria com vida. 34 Então Balaão disse ao anjo do SENHOR: Pequei, porque não sabia que estavas neste caminho para te opores a mim; e agora, se parece mal aos teus olhos, voltarei. 35 E disse o anjo do SENHOR a Balaão: Vai-te com estes homens; mas somente a palavra que eu falar a ti, esta falarás. Assim Balaão se foi com os príncipes de Balaque.

 

                           Balaque, sabendo que os amorreus seriam derrotados pelos Judeus, resolveu contratar o profeta Balaão para amaldiçoar Israel. Balaão aceitou a proposta, montou-se em uma jumenta e encaminhou-se ao acampamento judaico para fazer uma espécie de encantamento ou bruxaria. Um anjo enviado por Javé, de espada em punho, surgiu para matá-lo. Balaão, porém, não pôde ver o anjo, mas sua jumenta, sim, e parou assombrada. Balaão começou a espancá-la. Diante da situação, o anjo do SENHOR fez com que a jumenta falasse. E ela recriminou Balaão. Ela o convenceu a não seguir em frente. Do contrário, morreria nas mãos do anjo. Seria essa história um conto mitológico ou estaria aqui mais uma manifestação tecnológica? Esses encantamentos realmente funcionariam ao ponto do próprio Javé se preocupar com seus efeitos?

                             Animais falando na Bíblia e em outros textos sagrados não é nenhuma novidade. A serpente do paraíso, assim como a jumenta de Balaão, seriam apenas instrumentos nas mãos de seres celestiais, que os utilizariam para passar alguma mensagem, como que um ventríloquo faz com seu boneco? Não seria correto afirmar que tais animais já falariam anteriormente. Mas, como não achar estranho a calma com que esses personagens (Eva e Balaão) lidaram com o fato de um animal irracional estar a sua frente falando naturalmente o seu idioma?

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