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Quem eram os “falsos” deuses da Bíblia?

 

                             Os autores dos primeiros textos da Bíblia viviam em uma região dividida entre inúmeras tribos, as dos israelitas, a dos cananeus, dos hititas, a dos jebedeus etc. Eles eram rivais, porém, mantinham uma grande semelhança cultural. Idolatravam uma imensa relação de deuses. Mas parece que Javé não era um deles. Segundo estudiosos, ele teria sido importado do deserto situado mais ao sul. Evidência disso estaria na associação de seu nome com os beduínos ou nômades do deserto, chamados Shasu.  Algumas inscrições egípcias mencionam um "Javé dos Shasu". 

                             Desta forma, existiria uma grande possibilidade de que o SENHOR (Javé) tenha sido incorporado às tribos israelitas pelos nômades do deserto e esse se misturaria aos outros deuses já existentes. Teoria com a qual não combino. Em minha opinião, o SENHOR (Javé) dos israelitas seria uma imposição da divindade adorada por Moisés (Aton), fornecida pelos cultos egípcios, aos quais Moisés certamente se dedicou. O SENHOR (Javé) se encontraria agora no meio da grande diversidade de deuses dessas regiões da Palestina e passaria a exigir do seu povo escolhido a adoração única a si.

                           Mas quem eram essas divindades?  Um breve resumo sobre as características de alguns dos mais conhecidos desses deuses será colocado agora, para termos um melhor referencial e situar de forma adequada à adoração a Javé.

 

Diana ou Ártemis

 

 

 

 

 

 

                              Deusa dos Efésios, também adorada pelos gregos. Ártemis também é conhecida por Diana, filha de Zeus e irmã gêmea de Apolo. Ela possui uma dupla representação. Ao mesmo tempo em que é considerada uma prostituta sagrada, por outro lado também lhe é atribuída à característica de uma virgem responsável pelos partos, pois segundo mitos, ao nascer primeiro teria ajudado sua mãe no parto do seu irmão gêmeo Apolo. Ela é a responsável pelas atividades da caça e normalmente é representada com feras ao seu lado, principalmente cães ou leões.

Portando sempre um arco dourado e trajando muito pouca roupa, Ártemis é adorada em rituais que também homenageiam a lua. Nessas ocasiões são executadas danças de extrema sensualidade, ela representa a dupla faceta feminina, que protege e mata, cria e destrói. Segundo a mitologia, seu pai Zeus a questionara ,quando ainda criança, sobre o que ela mais desejaria como presente no seu aniversário e ela lhe pediu a capacidade de viver nas florestas, junto com os animais ferozes e ser liberta da obrigação de casar, o que foi aceito de imediato por seu pai.

                             Citações sobre a deusa Ártemis na Bíblia (At 19:24, 27, 28, 34 e 35): Um ourives chamado Demétrio, que fazia miniaturas de prata do templo de Ártemis e que dava muito lucro aos artífices… E bem vedes e ouvis que, não só em Éfeso, mas até quase em toda a Ásia, este Paulo tem convencido e afastado uma grande multidão, dizendo que não são deuses os que se fazem com as mãos. Não somente há o perigo de nossa profissão perder sua reputação, mas também de o templo da grande deusa Ártemis cair em descrédito e de a própria deusa, adorada em toda a província da Ásia e em todo o mundo, ser destituída de sua majestade divina… Ao ouvirem isso, eles ficaram furiosos e começaram a gritar: Grande é a Ártemis dos efésios!…Mas quando ficaram sabendo que ele era judeu, todos gritaram a uma só voz durante cerca de duas horas: Grande é a Ártemis dos efésios!… O escrivão da cidade acalmou a multidão e disse: Efésios, quem não sabe que a cidade de Éfeso é a guardiã do templo da grande Ártemis e da sua imagem que caiu do céu?

 

Aserá

(Astarote, Semíramis, Astarte, Rainha dos Céus, Ishtar, Rainha deusa)

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

                              Deusa cananeia do amor e da guerra. Aserá era supostamente considerada esposa de Baal. Mas, segundo alguns estudiosos bíblicos, alguns israelitas a consideravam como consorte de Javé (percebem aí a possibilidade da confusão entre os dois deuses para os israelitas?), esta teoria estaria baseada na presença de estátuas de Aserá encontradas em várias épocas nos templos de Javé, em Jerusalém. Haviam neste templos, locais reservados para as mulheres tecerem roupas para Aserá.

                                   Entre os filisteus, o seu culto era realizado com grande libertinagem, normalmente praticada no interior das florestas. Aserá seria também Ishtar, a deusa dos acádios ou Nammu dos sumérios, Asterote dos filisteus, Isís dos egípcios, Inanna dos sumérios e Astrate dos fenícios.

Um dos rituais que ocorriam em honra a Aserá, era bem semelhante ao que hoje é usado na páscoa, onde os participantes pintavam e decoravam ovos e os escondiam e enterravam em tocas. Embora não existam provas concretas para associar esses dois rituais. De qualquer forma, em muitas culturas o ovo é considerado um símbolo de fertilidade.

 

Referências a Aserá na Bíblia:

 

Jz 3:7 “Os israelitas fizeram o que o SENHOR reprova, pois esqueceram-se do SENHOR, o seu Deus, e prestaram culto aos baalins e a Aserá”

Jz 6:25 “Despedace o altar de Baal, que pertence a seu pai, e corte o poste sagrado de Aserá que está ao lado do altar.”

1 Rs 18:19 “Agora convoque todo o povo de Israel para encontrar-se comigo no monte Carmelo. E traga os quatrocentos e cinquenta profetas de Baal e os quatrocentos profetas de Aserá, que comem à mesa de Jezabel.”

2 Rs 17:16 “Abandonaram todos os mandamentos do SENHOR, o seu Deus, e fizeram para si dois ídolos de metal na forma de bezerros e um poste sagrado de Aserá. Inclinaram-se diante de todos os exércitos celestiais e prestaram culto a Baal.”  

2 Rs 21:3 ”Reconstruiu os altares idólatras que seu pai Ezequias havia demolido e também ergueu altares para Baal e fez um poste sagrado para Aserá, como fizera Acabe, rei de Israel. Inclinou-se diante de todos os exércitos celestes e lhes prestou culto.”  

2 Rs 23:4-7 “ O rei deu ordens ao sumo sacerdote Hilquias, aos sacerdotes auxiliares e aos guardas das portas que retirassem do templo do SENHOR todos os utensílios feitos para Baal e Aserá e para todos os exércitos celestes. Ele os queimou fora de Jerusalém, nos campos do vale de Cedrom e levou as cinzas para Betel. …Também derrubou as acomodações dos prostitutos cultuais, que ficavam no templo do SENHOR, onde as mulheres teciam para Aserá.” 

 

                                                                                                A Rainha dos céus

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

                        Ninrode, filho de Cuch, neto de Cam (filho de Noé), foi provavelmente o criador do sistema babilônico, sistema de impérios e governos, baseado na competição e lucro. Ele construiu a Torre de Babel (o que lhe rendeu o título “rei dos céus”), a Babilônia, a Nínive e outras cidades. Ele organizou o primeiro reino deste mundo. O nome Ninrode, em Hebraico, significa “ele se rebelou, rebelde”, para muitos foi o primeiro líder a corromper os homens em relação à fé em Javé. Era considerado um gigante (Nefilins) por muitos. Ele teria se casado com sua mãe, Semíramis, após matar seu próprio pai (Cuch).

                      Segundo as lendas judaicas do Midrash (Talmude), o seu pai Cuch deu a ele roupas feitas com as peles usadas por Javé para vestir Adão e Eva na ocasião em que foram expulsos do Paraíso. De Adão e Eva, as peles haviam passado a Enoque, e dele a Matusalém, e dele a Noé, e este as levara consigo para dentro da arca. Cam roubou as vestes e as escondeu, passando-as adiante finalmente para seu primogênito Cuch, que as deu para o seu filho Ninrode quando ele completou vinte anos. Essas vestimentas eram mágicas, pois davam a quem as usava poderes extraordinários, a pessoa tornava-se ao mesmo tempo invencível e irresistível, tinha também completo domínio sobre os animais selvagens. Assim Ninrode tornou-se vitorioso em todos os combates que realizou. A impiedade de Ninrode era absurda e o seu poder se ampliou ainda mais.

                        O historiador Josefo escreveu: “Agora, foi Ninrode que excitou a tal afronta e contenda contra Deus... Ele também gradualmente mudou o governo, levando-o à tirania, não vendo qualquer outra maneira de desviar homens do temor de Deus... as multidões estavam muito prontas a seguir as determinações de Ninrode... eles construíram uma torre, não medindo sofrimentos, nem sendo em nenhum grau negligentes a respeito da obra: e, por causa da multidão de mãos empregadas nela, ela cresceu, ficando muito alta... O lugar onde eles edificaram a torre é agora chamado Babilônia”. 

Ninrode foi morto por seu tio-avô Sem (filho de Noé, irmão de Cam). De acordo com as antigas narrativas, seu corpo foi cortado em pedaços e espalhado por diversos lugares. Semíramis conseguiu reunir todas as partes do seu corpo, enviadas de todo o reino de Uruk pelos adoradores de                                  Ninrode, com exceção de uma parte que não pôde ser encontrada. Essa parte que faltava era o seu órgão reprodutor. Semíramis disse ao povo da Babilônia que Ninrode não poderia voltar à vida sem seu pênis e que ele havia subido aos céus para assumir seu lugar de Deus sol. Segundo ela, ele se apresentaria novamente na forma de uma chama (a chama da liberdade). Semíramis e a tocha da liberdade (Ninrode) estariam ainda hoje em dia sendo homenageadas de várias formas, como na estátua da liberdade em Nova York e na mulher da imagem do Columbia Entertainment (outro nome de Semíramis é: Columbia).

 

 

                             Estátua da liberdade e a mulher da Columbia Entertainment.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

                            Semíramis espalhou a notícia de que Ninrode tinha renascido em um pinheiro do seu jardim e que todo ano ele visitava aquela árvore, pendurando nela, presentes para sua amada. Semíramis passou a ser a deusa-mãe e rainha dos céus. O dia do aniversário de Ninrode era 25 de dezembro e esta seria a verdadeira origem das festividades da árvore de natal e da troca de presentes nesta época do ano. Esse antigo costume seria então uma remodelagem da árvore de Ninrode, a árvore da vida, do nascimento. Mais tarde, quando deu a luz o seu filho Tamuz, reivindicou que este filho era seu herói Ninrode renascido. Algumas lendas afirmam que Semíramis estaria grávida alguns dias antes da morte de Ninrode e outras afirmam que foi de maneira sobrenatural, após a sua morte.

                                 Tamuz foi um caçador que morreu destroçado por um porco selvagem e também foi elevado à categoria de divindade. Ela também disse que quando Tamuz foi morto, o sangue caiu num toco e, em seguida, cresceu uma árvore durante a noite. Proclamou um período de quarenta dias de tristeza anterior ao dia do aniversário da morte de Tamuz. Nesse período não se poderia comer nenhum tipo de carne. A letra inicial de Tamuz foi escrita em hebraico e foi pronunciado como Tau. Assim, o sinal do T foi a letra inicial do deus babilônico Tamuz , ou Ninrode. Eles tinham que fazer o sinal do "T" na testa e no peito nos momentos de adoração. Eles também comeram manjares sagrados com a marcação de um "T". O sinal do T era usado como proteção para afastar o mal.

                                Existe somente um texto bíblico que menciona explicitamente o Tau, Ezequiel 9:4,: E disse-lhe o SENHOR:  "Passa pela cidade, por Jerusalém, e marca com um TAU a fronte dos homens que gemem e choram por todas as práticas abomináveis que se cometem", (tradução da CNBB- Quarta edição revisada), porém na grande maioria das traduções esse termo é traduzido como “sinal”. Agora, vejamos o capítulo inteiro: Ez 9:1-11: ”1 Então me gritou aos ouvidos com grande voz, dizendo: Fazei chegar os intendentes da cidade, cada um com as suas armas destruidoras na mão. 2  E eis que vinham seis homens a caminho da porta superior, que olha para o norte, e cada um com a sua arma destruidora na mão, e entre eles um homem vestido de linho, com um tinteiro de escrivão à sua cintura; e entraram, e se puseram junto ao altar de bronze.3  E a glória do Deus de Israel se levantou de sobre o querubim, sobre o qual estava, indo até a entrada da casa; e clamou ao homem vestido de linho, que tinha o tinteiro de escrivão à sua cintura. 4  E disse-lhe o SENHOR: Passa pelo meio da cidade, pelo meio de Jerusalém, e marca com um Tau as testas dos homens que suspiram e que gemem por causa de todas as abominações que se cometem no meio dela. 5  E aos outros disse ele, ouvindo eu: Passai pela cidade após ele, e feri; não poupe o vosso olho, nem vos compadeçais. 6  Matai velhos, jovens, virgens, meninos e mulheres, até exterminá-los; mas a todo o homem que tiver o Tau não vos chegueis; e começai pelo meu santuário. E começaram pelos homens mais velhos que estavam diante da casa. 7  E disse-lhes: Contaminai a casa e enchei os átrios de mortos; saí. E saíram, e feriram na cidade. 8  Sucedeu, pois, que, havendo-os ferido, e ficando eu sozinho, caí sobre a minha face, e clamei, e disse: Ah! Senhor DEUS! dar-se-á caso que destruas todo o restante de Israel, derramando a tua indignação sobre Jerusalém? 9  Então me disse: A maldade da casa de Israel e de Judá é grandíssima, e a terra se encheu de sangue e a cidade se encheu de perversidade; porque dizem: O SENHOR abandonou a terra, e o SENHOR não vê. 10  Pois, também, quanto a mim, não poupará o meu olho, nem me compadecerei; sobre a cabeça deles farei recair o seu caminho.11  Eis que o homem que estava vestido de linho, a cuja cintura estava o tinteiro, tornou com a resposta, dizendo: Fiz como me mandaste.”.

                                 O símbolo da cruz ainda não era um símbolo cristão, portanto o Tau não poderia representar Cristo para o povo de Israel, ele era símbolo de Tamuz. Então, por que o SENHOR (Javé) o usaria para marcar os seus e não impor a eles o extermínio? Existia uma relação íntima entre Tamuz e Javé?

 

 

                                 Tau dos Franciscanos, redefinição do símbolo de Tamuz.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

                                Este símbolo adquiriu lugar de destaque na igreja católica, através São Francisco de Assis, que lhe atribuiu uma espécie de culto.                              Referindo-se a ele, Frei Tomás de Celano, escreveu: "...Frei Pacífico começou a ter consolações que nunca tivera. Viu, diversas vezes, coisas que ninguém mais via. Pouco tempo depois, viu São Francisco marcado na fronte com um grande Tau, que tinha a beleza de um pavão, por seus círculos multicores." (2 cel, Nº 106). Ele o utilizava como assinatura para suas cartas e pintava-lhe a imagem nas paredes. Outro biógrafo de Francisco, São Boaventura, diz: "O Tau era um sinal muito querido do Santo. Recomendava-o muitas vezes, fazia-o sobre si mesmo antes de iniciar qualquer trabalho e o escrevia de próprio punho no final das cartas que ele enviava, como se quisesse pôr todo seu empenho em imprimir esse Tau, segundo a palavra do profeta (Ez 9,4), sobre à frente daqueles que gemem e choram seus pecados, de todos os verdadeiros convertidos a Cristo Jesus" (Leg. Men. Cap. 2, Nº 9). Até os dias atuais, o Tau é símbolo representativo da instituição franciscana fundada pelo frei Francisco de Assis, que o usava como uma iconografia dos seus três conselhos: obediência, pobreza e pureza de coração. Virtudes representadas em três nós no cordão que segura o Tau, atribuindo a esse símbolo uma nova significância, provavelmente mais uma adoção da igreja para eliminar a idolatria pagã, colocando no lugar dela um substituto cristão, como foi feito com a adoção do dia 25 de dezembro, que era aniversário de Ninrode e passou a ser simbolicamente o de Jesus.

                         Na Babilônia, “a mãe e a criança”, isto é, Semíramis e Ninrode renascido, seriam venerados, originando uma adoração que se propagaria pelo mundo e que se confundiria no futuro com a adoração da virgem Maria e do menino Jesus em várias regiões. Muitos artistas os representariam como sendo Maria e Jesus, ou por ignorância ou por má fé no intuito de se manter a idolatria. A coroa, o cetro e a simbologia esotérica nas mãos revelam que se trata de Semíramis e Nironde.

 


 

                                          Baal

 

                                                           Baal deus e Baal demônio

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

                             Baal (plural - Baalim) significa senhor. Os Semitas adoravam diversos deuses com o nome Baal, como Baal-Peor (Nm 25:3), “Assim Israel se juntou à adoração a Baal-Peor. E a ira do SENHOR acendeu-se contra Israel.”, (em que momentos poderíamos afirmar que o nome traduzido como “Senhor” nos livros de Moisés e em outros se referia a Javé e não a Baal?). Os rituais eram cerimônias detalhadas e muito ricas, onde se realizavam além de oferendas de produtos naturais e incenso, holocaustos e sacrifícios humanos (Os 2:8; Jr 19:5) “Ela não reconheceu que fui eu quem lhe deu o trigo, o vinho e o azeite, quem a cobriu de ouro e de prata, que depois usaram para Baal…Construíram nos montes os altares dedicados a Baal, para queimarem os seus filhos como holocaustos oferecidos a Baal, coisa que não ordenei, da qual nunca falei nem jamais me veio à mente.”. Estaria aqui uma possível prova da confusão feita pelo povo de Israel entre Deus e Baal (SENHOR). A excitação durante este ritual era tamanha que seus realizadores se mutilavam (1 Rs 18.28) “Então passaram a gritar ainda mais alto e a ferir-se com espadas e lanças, de acordo com o costume deles, até sangrarem.”.

                         Baal perde o título de deus e passa a ser representado como um demônio (veja figura acima), a partir do século IX a.C., quando Jezebel, uma princesa fenícia casada com o rei Acabe de Israel, desejou substituir o culto de Javé pelo de Baal, o que provocou um movimento de repúdio contra Baal. Ele passou a representar para os israelitas, a imagem do demônio, belzebu. Jezebel era uma fervorosa combatente do deus de Israel e se utilizou dos recursos financeiros da Fenícia para sustentar os 450 sacerdotes do deus Baal e os 400 da deusa Aserá (deusa fenícia da fertilidade).

                           O profeta Elias reagiu contra os desejos de Jezebel e em uma disputa contra os sacerdotes de Baal, no monte Carmelo, Elias derrotou todos os profetas de Baal, matando-os, fato relatado no Livro de Reis. Elias teve que fugir para Judá para não ser morto por Jezebel. 1 Rs 19:1-3 : “1 E Acabe fez saber a Jezabel tudo quanto Elias havia feito, e como totalmente matara todos os profetas à espada. 2  Então Jezebel mandou um mensageiro a Elias, a dizer-lhe: Assim me façam os deuses, e outro tanto, se de certo amanhã a estas horas não puser a tua vida como a de um deles. 3  O que vendo ele, se levantou e, para escapar com vida, se foi, e chegando a Berseba, que é de Judá, deixou ali o seu servo.”.

A Exegese tenta explicar o livro de Apocalipse, na quarta carta à igreja de Tiatira, como uma recriminação à permissão dos ensinamentos de Jezabel dentro da igreja ao culto a Baal (Senhor), onde além da adoração a ídolos era posto a imoralidade sexual para o povo de Israel, pois “Deus” era contra tudo isso. Essa recriminação é dada pelo “filho de Deus”, que portanto deveria ser Jesus, mas uma análise um pouco mais atenta talvez revele que a interpretação correta não seja essa.

                                     

                                                                       Quarta carta, à igreja de Tiatira

 

Apocalipse 2:18-29, “18 E ao anjo da igreja de Tiatira escreve: Isto diz o Filho de Deus, que tem seus olhos como chama de fogo, e os pés semelhantes ao latão reluzente: 19  Eu conheço as tuas obras, e o teu amor, e o teu serviço, e a tua fé, e a tua paciência, e que as tuas últimas obras são mais do que as primeiras. 20  Mas tenho contra ti que toleras Jezabel, mulher que se diz profetisa, ensinar e enganar os meus servos, para que se prostituam e comam dos sacrifícios da idolatria. 21  E dei-lhe tempo para que se arrependesse da sua prostituição; e não se arrependeu. 22  Eis que a porei numa cama, e sobre os que adulteram com ela virá grande tribulação, se não se arrependerem das suas obras. 23  E ferirei de morte a seus filhos, e todas as igrejas saberão que eu sou aquele que sonda os rins e os corações. E darei a cada um de vós segundo as vossas obras. 24  Mas eu vos digo a vós, e aos restantes que estão em Tiatira, a todos quantos não têm esta doutrina, e não conheceram, como dizem, as profundezas de Satanás, que outra carga vos não porei. 25  Mas o que tendes, retende-o até que eu venha. 26  E ao que vencer, e guardar até ao fim as minhas obras, eu lhe darei poder sobre as nações, 27  E com vara de ferro as regerá; e serão quebradas como vasos de oleiro; como também recebi de meu Pai. 28  E dar-lhe-ei a estrela da manhã. 29  Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas”.

 

                                   Jesus teria “olhos como chama de fogo e pés semelhantes ao latão reluzente” e quem teve “poder sobre as nações com vara de ferro” dada pelo senhor? Com certeza esse texto não se refere a Jesus, mas sim a Moisés e a Israel (nação), afinal, Jeová disse ao faraó em Ex 4:22: Israel (nação) é meu filho, meu primogênito. Em Salmos 2:1-11, também é dito desta forma: “1  Por que se amotinam os gentios, e os povos imaginam coisas vãs? 2  Os reis da terra se levantam e os governos consultam juntamente contra o SENHOR e contra o seu ungido, dizendo: 3  Rompamos as suas ataduras, e sacudamos de nós as suas cordas. 4  Aquele que habita nos céus se rirá; o Senhor zombará deles. 5  Então lhes falará na sua ira, e no seu furor os turbará. 6  Eu, porém, ungi o meu Rei sobre o meu santo monte de Sião. 7  Proclamarei o decreto: o SENHOR me disse: Tu és meu Filho, eu hoje te gerei. 8  Pede-me, e eu te darei os gentios por herança, e os fins da terra por tua possessão. 9  Tu os esmigalharás com uma vara de ferro; tu os despedaçarás como a um vaso de oleiro. 10  Agora, pois, ó reis, sede prudentes; deixai-vos instruir, juízes da terra. 11  Servi ao SENHOR com temor, e alegrai-vos com tremor”. Também em Apocalipse 12:5, é dito: ”E deu à luz um filho, um varão que há de reger todas as nações com vara de ferro; e o seu filho foi arrebatado para “deus” e para o seu trono;”, como veremos mais à frente, Moisés talvez tenha sido arrebatado como fora o profeta Elias.

 

 

                                   Baal-Zebube (belzebu)

 

 

 

 

 

 

 

 

 

                         Em hebraico belzebu significa “O Senhor das moscas”, seu nome é uma corruptela do nome Baal-Zedube ou baal-Zebul.

No Novo Testamento. Jesus curou um homem cego e mudo, e os fariseus disseram: “Este não expulsa demônios senão por Belzebu, príncipe dos demônios. Jesus respondeu dizendo: Se Satanás expulsa Satanás, está dividido o seu reino. Vossos pais expulsam por Belzebu, e eu expulso pelo Espírito de Deus para trazer o reino de Deus.” (Mt. 12: 22-28). Jesus afirma que os israelitas tinham uma profunda e íntima relação com esse e outros ”demônios”. Vejamos outras passagens:

2 Rs. 1:2,3,6 e 16: “Certo dia, Acazias caiu da sacada do seu quarto no palácio de Samaria e ficou muito ferido. Então enviou mensageiros para consultar Baal-Zebube, deus de Ecrom, para saber se ele se recuperaria. Mas o anjo do SENHOR disse ao tesbita Elias:“Vá encontrar-se com os mensageiros do rei de Samaria e pergunte a eles: Acaso não há Deus em Israel?  Por que vocês vão consultar Baal-Zebube, deus de Ecrom?… Por isso você não se levantará mais dessa cama e certamente Morrerá!”. Em Mt 10:25, “Basta ao discípulo ser como o seu mestre, e ao servo, como o seu senhor. Se o dono da casa foi chamado Belzebu, quanto mais os membros da sua família!”.

                       Os cristãos identificam Belzebu como o demônio chefe Satanás, uma espécie de tenente do exército de Lúcifer, constituindo a trindade dos infernos (Lúcifer, Belzebu e Astarote), opondo-se à santa trindade dos céus (Deus, Jesus e Maria). Também era a personificação do segundo pecado capital, a gula.

 

                                  Marduque (Merodaque)

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Marduque era o principal deus da Babilônia. Fruto de uma relação incestuosa entre Enki e Ninhursag, tinha como consorte Sarpanitu. Possuía quatro olhos e ouvidos (por isso dizia-se que ele via e ouvia tudo), da língua saía uma chama e mesmo assim era considerado belíssimo. Ele torna-se deus durante o reinado de Hamurabi. Segundo a lenda, ele teria derrotado e matado o dragão Tiamat, a deusa do caos, dividindo-a em duas partes. Com uma delas criaria os céus e os astros celestes e com a outra parte, a terra (antes, falamos sobre os Anunnakis e detalhamos esses termos que agora são expostos em mitologia ou em outra forma de mitologia).

 

                  Depois deste feito, Marduque gera uma insatisfação nos outros deuses. Eles achavam que não tinham ninguém para adorá-los, diante desta situação é que Marduque teria criado o homem, para que assim fossem erguidos templos para adoração aos insatisfeitos deuses menores. Teria como filho Dunuzi (que seria o Tamuz da Bíblia), assim, justificaria a segunda lenda a respeito da gravidez de Semíramis (a rainha dos céus). Na Bíblia temos: (Is. 46:1; Jr. 50:2; Jr. 51:44) “Bel se inclina, Nebo se abaixa; os seus ídolos são levados por animais de carga. As imagens que são levadas por aí, são pesadas, um fardo para os exaustos… Anunciem e proclamem entre as nações, ergam um sinal e proclamem; não escondam nada. Digam: ‘A Babilônia foi conquistada; Bel foi humilhado, Marduque está apavorado. As imagens da Babilônia estão humilhadas e seus ídolos apavorados… Castigarei Bel na Babilônia e o farei vomitar o que engoliu. As nações não mais acorrerão a ele. E a muralha da Babilônia cairá.” .

 

                                          Dagom

 

 

 

 

 

 

 

 

                                  O deus principal dos filisteus era considerado o deus da agricultura. Dagon era o pai de Baal . Quando os filisteus roubaram a arca da aliança, ela foi colocada diante de sua imagem, porém, Javé agiu através da arca e a imagem de Dagom teve suas mãos e cabeça amputadas. Em seguida todo o povo filisteu sofreu enormemente com uma epidemia, provavelmente, peste bubônica. Isto baseado no fato que se segue: O povo filisteu diante de tanto sofrimento se rende ao deus de Israel e envia para “sacrifício expiatório” cinco ratos do campo feitos em ouro. Dessa forma desejariam os filisteus o perdão pelo pecado da adoração a Dagom e associavam a praga aos ratos.

                                     Alguns textos bíblicos que se referem ao deus Dagon: (Jz 16.23,24; 1 Sm 5.5,6; 1 Cr 10.10) “Os líderes dos filisteus se reuniram para oferecer um grande sacrifício a seu deus Dagom e para festejar. Comemorando sua vitória, diziam: “O nosso deus entregou o nosso inimigo Sansão em nossas mãos”. Quando o povo o viu, louvou o seu deus: “O nosso deus nos entregou o nosso inimigo, o devastador da nossa terra, aquele que multiplicava os nossos mortos… Por isso, até hoje, os sacerdotes de Dagom e todos os que entram em seu templo, em Asdode, não pisam na soleira. Depois disso a mão do SENHOR pesou sobre o povo de Asdode e dos arredores, trazendo devastação sobre eles e afligindo-os com tumores… Expuseram suas armas num dos templos dos seus deuses e penduraram sua cabeça no templo de Dagom”.

                                  O nome Dagon significa “peixinho”, esse deus era representado às vezes como se vestisse um peixe, onde a sua cabeça seria coberta pela cabeça do peixe, esta ficando com a boca aberta para cima e as suas costas, com o restante do corpo do animal. A imagem de Dagon na forma de homem-peixe não é unânime para os historiadores. Existem moedas e documentos em que Dagon é representado como um homem divino, sem qualquer conotação marinha. A adoração de Dagon foi bastante evidente na antiga Palestina. Os filisteus ofereciam honras a Dagon para o sucesso em suas colheitas, mas rendiam a ele homenagens também em tempos de guerra. Eram realizados sacrifícios de animais e orações em seus templos. Seus sacerdotes usavam trajes cerimoniais com escamas prateadas e grandes mitras na cabeça.

 

 

                                    Moloque (Milcom, Moleque)

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

                             O nome Moloque significa, rei (para muitos também pode ser moleque, menino e garoto, devido ao fato de se utilizar crianças em sacrifício à sua adoração). Esse demônio era o deus do fogo dos amonitas. Na mitologia Cananeia, apresentava-se com cabeça de boi e braços esticados para receber suas vítimas. Era adorado principalmente através de sacrifícios de crianças. A sua estátua era formada por um corpo humano com a cabeça de boi e em seu ventre havia um recipiente em que o fogo era aceso para consumir vivas as crianças que ali eram jogadas em oferenda.                             A fumaça negra que subia da fornalha deixava a cabeça da estátua preta, talvez disso tenha surgido o conceito do “boi da cara preta”.

                                  Em seu louvor, para obterem boas colheitas e vitórias nas guerras, eram queimadas crianças nos braços de estátuas de Moloque.                          Os israelitas foram avisados pelo SENHOR dos castigos que seriam impostos a quem realizasse estes sacrifícios. Aquele que oferecesse o seu filho a Moloque deveria ser morto por apedrejamento (Lv 18:21; 20:2): “Não entregue os seus filhos para serem sacrificados a Moloque. Não profanem o nome do seu Deus. Eu sou o SENHOR…Diga aos israelitas: Qualquer israelita ou estrangeiro residente em Israel que entregar um dos seus filhos a Moloque, terá que ser executado..”. (2 Rs 23:10-13) “Também profanou Tofete, que ficava no vale de Ben-Hinom, de modo que ninguém mais pudesse usá-lo para sacrificar seu filho ou sua filha a Moloque… O rei também profanou os altares que ficavam a leste de Jerusalém, ao sul do monte da Destruição, os quais Salomão, rei de Israel, havia construído para Astarote, a detestável deusa dos sidônios, para Camos, o detestável deus de Moabe, e para Moloque, o detestável deus do povo de Amom”.

 

 

                                                                                           O Selo de Salomão (Estrela de Davi)

                                                                          Ilustração de Éliphas Lévi (Dogma e ritual da alta magia)

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

                                        O rei Salomão é reverenciado pelos ocultistas como um dos maiores praticante das artes ocultas. Em uma passagem de Lucas, Jesus se encontrava expulsando um demônio de um homem e logo após diz: Lucas 11:31, “A rainha do sul se levantará, no juízo, com os homens desta geração, e os condenará; pois, até dos confins da terra, veio ouvir a sabedoria de Salomão; e eis aqui está quem é maior do que Salomão.”, em uma referência ao envolvimento de Salomão com espíritos demoníacos. No livro A Goetia, uma técnica de Invocação de anjos e demônios, também conhecida como A Chave Menor de Salomão ou As Clavículas de Salomão, a magia negra era utilizada por Salomão em rituais invocativos e através dessas invocações era possível controlar 72 tipos diferentes de entidades espirituais para se obter favores deles, como sabedoria e proteção corpórea. Nesses rituais também são utilizados outras ferramentas como o círculo, onde o praticante fica em seu interior para se manter protegido, o Triângulo, onde se manifesta o espírito invocado e o Selo do Espírito. Cada um dos 72 espíritos possui seu próprio selo (alguns, até mais de um), que será colocado no triângulo para a conjuração. No apócrifo O Testamento de Salomão: 72, é dito: “72. E mandei outro demônio para vir diante de mim. E veio diante de mim trinta e seis espíritos,suas cabeças disformes como os cães, mas em si mesmos, eles eram humanos em forma; com caras de bundas, rostos de bois, e os rostos de pássaros. E eu Salomão, ouvindo e vendo-os, perguntou, e eu pedi-los e disse: "Quem é você?".                                      Segundo os textos cabalísticos o Templo de Salomão foi construído com a ajuda do espírito demoníaco Asmodeus, o “Arquiteto”. Salomão acorrentou Asmodeu em correntes mágicas e o forçou a revelar segredos nunca antes revelados. Este demônio forneceu um mineral que permitia cortar a madeira como o diamante corta o vidro. O Templo de Salomão foi construído sem usar pregos e nenhum metal e foi feito como se fosse um jogo de peças de encaixar.

 

 

                                                                         

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

                                                                       Rei Salomão evocando Belial. De Jacobus de Teramo, (Augsburg, 1473).

 

Para a Cabala , os 72 nomes desses espíritos seriam originados de 72 combinações das letras hebraicas que representariam o nome impronunciável de “deus”, o tetragrama YHVH (convertido para Javé ou Jeová, entre outras formas), e estaria de forma criptografada no capítulo 14, versículos 19, 20 e 21, do livro de Êxodo onde se narra a passagem do povo de Israel pelo Mar Vermelho. Entre esses 72 espíritos estariam os nomes de Baal (Senhor), Amon, Asterote e Caim (a semente da serpente).

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

                                                                                    Representação da invocação de demônios pela Goetia,

                                                                                                      sobre a estrela de Davi (hexagrama)

 

 

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