Nas primeiras linhas do livro sagrado denominado Bíblia, dentro do livro Gênesis, é descrito de forma poética e desordenada, pontos referentes à criação do universo e dos seres vivos. Para a grande maioria dos estudiosos bíblicos e dos religiosos das várias vertentes cristãs, tais fatos são narrados em sequência, perfazendo o período para o término da criação em inacreditáveis seis dias. O sétimo, o sábado, seria dedicado ao “descanso de Deus” ou simplesmente tal afirmação não passaria da indicação de que a obra estava concluída, como alguns afirmam. No entanto, uma análise um pouco mais atenta pode nos revelar que não há uma ordem cronológica no que está escrito e que nem mesmo esse texto revela uma sequência de fatos. Ao que parece, o escritor se utilizou do recurso de apresentar alguns elementos para representar um todo e os adaptou ao transcorrer temporal de seis dias. Mesmo assim há repetições de elementos em dias diferentes.  

               A Bíblia começa assim: Gênesis 1:1 “1 No princípio, Deus criou os céus e a terra” Esta frase já é um resumo de toda a criação (excetuando os seres vivos). A palavra “céus” se refere ao universo, ou melhor, aos multiversos, e a palavra terra ao nosso planeta.  Em Gênesis 1:3 Deus disse “Faça-se a luz!” e em seguida Ele separa a “luz das trevas”, em uma referência ao dia e a noite, Gênesis 1:5 “5. Deus chamou à luz dia, e às trevas noite” que acabava de ser criado no primeiro dia. No entanto, os astros celestes que provocam esse fenômeno, o sol e a lua, só seriam criados, segundo o relato de Gênesis, entre os versículos 14 e 19 “14. Deus disse: “Façam-se luzeiros no firmamento do céu para separar o dia da noite." Que sirvam eles de sinais e marquem o tempo, os dias e os anos, 15. e resplande­çam no firmamento do céu para iluminar a terra”. E assim se fez. 16. Deus fez os dois grandes luzeiros: o maior para presidir o dia e o menor para presidir a noite; e fez também as estrelas. 17.Deus colocou-os no firmamento do céu para que iluminassem a terra, 18. presidissem o dia e a noite, e separassem a luz das trevas. E Deus viu que isso era bom. 19. Sobreveio a tarde e depois a manhã: foi o quarto dia”. O firmamento, o céu, que na criação é descrita em Gênesis 1:6-8, já tinha sido citada em Gênesis 1:1, e a terra, também citada neste versículo, será denominada no versículo 10.

              Os seres vivos são criados no quinto dia, entre os versículos 20 e 23, e os humanos, no versículo 26: Gênesis 1:26 “26. Então Deus disse: “Façamos o homem à nossa imagem e semelhança”. A palavra “homem”, nessa situação, parece mais lógico estar associada à “humanidade” e não a um ser humano do sexo masculino. Esses seres foram criados da mesma forma que os outros seres vivos, em grande quantidade, variedade e com os dois gêneros definidos. Eles se espalham e se multiplicam pela terra como determinação natural intrínseca de qualquer ser vivo. Gênesis 1:27-28 “27. Deus criou o homem à sua imagem; criou-o à imagem de Deus, criou o homem e a mulher. 28. Deus os abençoou: “Frutificai – disse ele – e multiplicai-vos, enchei a terra e submetei-a”.

              Outro fato interessante a ser observado é que os humanos são criados no final do processo de criação divina, no sábado, no sétimo dia (de acordo com textos bíblicos) e um pequeno resumo de todo capítulo 1 é feito a seguir em Gênesis 2:1-7 "1. Assim foram concluídos o céu, a ter­ra e todo o seu exército. 2. Tendo Deus terminado no sétimo dia a obra que tinha feito, descansou do seu trabalho. 3. Ele abençoou o sétimo dia e o consagrou, porque nesse dia descansou de toda a obra da Criação. 4. Tal é a história da criação do céu e da terra. No tempo em que o Senhor Deus fez a terra e o céu, 5. não exis­tia ainda sobre a terra nenhum arbusto nos campos, e nenhuma erva havia ainda brotado nos campos, porque o Senhor Deus não tinha feito chover sobre a terra, nem havia homem que a cultivasse; 6. mas subia da terra um vapor que regava toda a sua superfície. 7. O Senhor Deus formou, pois, o homem do barro da terra, e inspirou-lhe nas narinas o sopro da vida e o homem se tornou um ser vivente”.

              Todos os elementos citados no processo da criação narrados pelos textos do capítulo 1 estão nesses versos, iniciando pela formação do céu (universos) e da terra (planeta) finalizando com a criação do homem (humanidade). No entanto, a partir dos versos seguintes é narrada a história de Adão e do Jardim do Éden. O “homem que tinha sido criado” (agora um ser humano específico, Adão, vindo de um grupo de outros semelhantes) é posto em um ambiente produzido exclusivamente para ele, o Jardim do Éden.

              Eva, a mulher, ao contrário do que é afirmado em Gênesis 1, não foi criada junto ao homem e muito menos do barro, mas, posteriormente, já dentro do Éden, e da costela do macho Adão. Eva surgiria de forma tecnológica, através da coleta de um material genético de um representante da espécie humana e com certeza não seria a primeira mulher, mas, por algum motivo, foi produzida dessa forma para ser a auxiliar daquele que foi propositadamente posto no ambiente controlado do Jardim do Éden. Não é estranho que tenha surgido um elemento na história para que através dele (ou melhor, dela, Eva) todo um complexo sistema de promoção da perda da salvação espiritual da humanidade se iniciasse?